O maior contrato é no valor de 148,9 milhões de euros e é para a construção de um novo hospital em Évora. 90% dos contratos foram assinados no setor da Saúde.
Entre Março de 2020 e Março de 2022, o Estado gastou 2976 milhões de euros em contratos com privados relacionados com o combate à pandemia, segundo os dados dos relatórios do Tribunal de Contas.
Segundo o Dinheiro Vivo, este valor representa quase metade dos juros da dívida pública que Portugal pagou anualmente em 2021.
No total, o Tribunal de Contas já emitiu quatro relatório de acompanhamento dos gastos públicos trazidos pela pandemia e dos contratos com privados. O primeiro abrangeu o período de 12 de Março a 31 de Maio de 2020 e deu conta de 375,2 milhões de euros gastos.
O segundo estendeu-se de 1 de Junho a 30 de Setembro de 2020 e registou 374,9 milhões de euros investidos. O terceiro foi de 1 de Outubro a 31 de Dezembro e notou gastos de 252,8 milhões. Já o quarto relatório abrange um período maior, de 1 de Janeiro de 2021 a 31 de Março de 2022, tendo o Estado gastado 1973,2 milhões de euros em contratos com privados.
As autoridades de Saúde pública foram as que mais contratos celebraram, tendo sido responsáveis por 90,1% dos contratos, o que equivale a 1777 milhões de euros. Segue-se a administração local, que realizou 6571 contratos, o que corresponde a 2,9% do total e a 57,7 milhões de euros.
Cerca de 64% dos contratos ficaram nas mãos de apenas 0,4% das empresas que foram chamadas a fornecer bens e serviços. O maior contrato assinado desde o início da pandemia foi ganho pela Acciona, a construtora espanhola que vai tratar da obra do Hospital Central do Alentejo em Évora, no valor de 148,9 milhões de euros.
O universo Pfizer (que concorreu com 2 empresas) foi o segundo maior beneficiário, tendo faturado 146 milhões de euros com a pandemia no período em análise com a assinatura de 26 contratos.