Estado arrecada mais de 20 milhões de euros com o aumento do consumo do tabaco

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tavallai / Flickr

Nos primeiros quatro meses do ano foram consumidos mais 19,59% de cigarros face ao mesmo período do ano anterior.

Apesar dos sucessivos aumentos de impostos, os portugueses estão a fumar mais este ano do que no início do ano passado — com um aumento de 19,59% de cigarros consumidos entre janeiro e abril de 2022 face ao mesmo período do ano passado. Através destes produtos, o Estado conta arrecadar, em impostos, 1433 milhões de euros, mais 20 milhões do que em 2021. Segundo o Jornal de Notícias, que cita informações da Autoridade Tributária (AT), esta é a primeira vez que o número de cigarros consumidos aumenta desde o início da pandemia — se se considerar apenas os meses de referência e o território continental.

De facto, após uma subida de 31,1% no período homólogo de 2018 para 2019, deu-se uma descida de 20% entre 2019 e 2020. Em relação aos quatro primeiros meses de 2020 para o mesmo período de 2021, registou-se uma nova descida, desta feita de 9,7%. Até ao final de abril de 2022 foram consumidos cerca de 2 678 276 460 cigarros, contra os 2 239 605 300 do período homólogo de 2021 (mais 19,59%). Ainda assim, o número fica 13,7% abaixo do verificado antes da chegada da covid-19, em 2019. Simultaneamente, também as cigarrilhas, o tabaco de corte fino e os charutos viram o seu consumo crescer — 55,2%, 41,65% e 7,86%.

De acordo com os especialistas em doenças pulmonares, a subida dos preços é “a medida isolada mais eficaz para diminuir o consumo”. Sofia Ravara, coordenadora da Comissão de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologista, defende que a subida dos preços deve ocorrer anualmente e a “um ritmo que acompanhe e até ultrapasse a inflação“, para além de se estender a todos os produtos de tabaco.

António Araújo, diretor do serviço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar Universitário do Porto, diz que o preço é efetivamente a variável “a que está comprovadamente ligada à descida do consumo”. Segundo o especialista, o aumento dos preços é especialmente eficaz na dissuasão dos jovens, embora também “desmotive” os adultos.

ZAP //

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