O estádio de futebol de Wörthersee, na Áustria, vai ser nas próximas sete semanas uma floresta nativa do centro da Europa.
O que é que fazem um estádio de futebol, uma imensidão de árvores e um curador de arte juntos? Uma instalação artística que pretende ser um statement contra as alterações climáticas e contra a desflorestação.
De acordo com a BBC, a ideia partiu do curador de arte suíço Klaus Littmann, que contou com a ajuda do arquiteto paisagista Enzo Enea. Com quase 300 árvores, o estádio de futebol de Wörthersee, na Áustria, é agora uma floresta nativa do centro da Europa.
Está aberta desde 8 de setembro e, nas próximas sete semanas, o principal objetivo — para além do intuito óbvio de chamar a atenção para a emergência climática — é atrair a vida selvagem.
A ideia foi executada por este curador de arte, mas a verdade é que já nasceu muito antes. Segundo a emissora britânica, tudo começou quando, em 1970, Littmann viu pela primeira vez o desenho do pintor austríaco Max Peintner. A imagem, chamada The Unending Attraction of Nature, representa um mundo onde a Natureza só pode ser observada em certos espaços, como os animais nos jardins zoológicos.
“Pensei que a ideia por detrás daquele trabalho era simplesmente fascinante“, disse o curador suíço à BBC, acrescentando que na altura tentou comprar o desenho, mas que este já tinha sido vendido a uma coleção de arte norte-americana.
“Foi quando decidi que queria realizar o desenho, colocá-lo à minha frente e experimentá-lo na vida real”, explicou. Três décadas depois, a instalação artística, batizada de For Forest – The Unending Attraction of Nature, abriu finalmente portas, num estádio com capacidade para 30 mil espetadores.
As árvores foram trazidas de viveiros e, depois deste projeto, vão ser replantadas num local próximo ao estádio, causando a menor interferência possível na Natureza.
“Nunca tinha trabalhado com seres vivos e estou absolutamente ciente de que não pode ser comparado ao trabalho com uma escultura, uma fotografia ou uma pintura”, disse Littman. “O trabalho precisa de ser adaptado às espécies e deve ser feito com muita atenção e respeito“, acrescenta.
De repente, pareceu-me o Estádio de Alvalade daqui a pouco tempo (o tempo de as árvores crescerem).
Ora aqui está uma boa solução para os estádios do Euro 2004 e que neste momento estão ao abandono e para nada servem!
Ao ritmo a que estão a queimar as florestas por todo o Mundo, muito brevemente talvez será mesmo preciso ir ao estádio para podermos ver, apreciar e cheirar uma Floresta, ao vivo e a cores… 🙂
Porém – e se a ideia “pegar de estaca” – apenas seremos meros espectadores de uma preciosidade…
Assinado: Maria da Maia