A Espanha lançou oficialmente a sua própria agência espacial. Os planos para a Agência Espacial Espanhola (AEE) foram anunciados pela primeira vez em maio de 2021, mas foi a 07 deste mês que o Conselho de Ministros do país votou a favor, dando início às operações.
A agência terá sede em Sevilha, no sul de Espanha, perto da instalação de lançamento Arenosillo, em Huelva, construída nos anos 60 como parte de uma colaboração entre o governo espanhol e a NASA.
A ministra espanhola da Ciência e Inovação, Diana Morant, anunciou que a AEE terá um orçamento inicial de mais de 700 milhões de euros em 2023. O país está também a disponibilizar 45 milhões de euros em financiamento para o arranque da sua indústria espacial, relatou o Interesting Engineering.
Na semana passada, um painel encomendado pela Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou um relatório no qual avisava que a Europa está em risco de perder o próximo ‘boom’ tecnológico se não atribuir mais fundos à sua indústria espacial. O relatório apela a um plano para colocar os astronautas europeus na Lua “dentro de dez anos”.
A AEE “garantirá a ação estratégica de Espanha no domínio do Espaço, tanto do ponto de vista do seu desenvolvimento tecnológico como da utilização do Espaço em áreas como a segurança, observação da Terra, geolocalização e telecomunicações”, lia-se numa declaração do Ministério da Ciência e Inovação de Espanha.
“O Espaço é um domínio prioritário e estratégico, essencial para ajudar e proteger a nossa sociedade em domínios tão diversos como a cibersegurança, a navegação, a luta contra as alterações climáticas, ou a monitorização de fenómenos como a seca ou os incêndios”, continuava a nota informativa.
A Espanha é um dos fundadores da ESA, sendo membro desde 1975. Antes disso, em 1966, a NASA contratou o Governo espanhol para lançar foguetes meteorológicos para estudar as variações de vento e temperatura nos primeiros 100 quilómetros de altitude da atmosfera. O Arenosillo foi então fundado em Huelva.
Entretanto, a Rede do Espaço Profundo (DSN) da NASA, que permitiu a comunicação com a Apollo 11 durante a aterragem na Lua em 1969, é composta por instalações terrestres nos EUA, na Austrália e em Espanha.
Mais recentemente, os espanhóis Pablo Álvarez Fernández e Sara García Alonso foram escolhidos entre 17 candidatos para astronautas da ESA. A empresa espanhola de foguetes PLD Space prepara-se também para lançar o primeiro foguete suborbital reutilizável da Europa no início do próximo mês.
