Sem livros, turmas ou aulas. As escolas do futuro já estão aí — e vêm para ficar

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Há cada vez mais escolas que adotam modelos fora do convencional. Os livros tornam-se coisas do passado e as aulas não são como as conhecemos.

Se há coisa que a pandemia de covid-19 nos mostrou é que o sistema de educação não é algo assim tão rígido como talvez pensávamos. Os alunos foram todos enviados para casa e as aulas passaram a ser lecionadas através do computador ou até da televisão. Esta alternativa de recurso foi temporária, mas mostrou um vislumbre daquilo que as escolas podem ser no futuro.

Em antecipação ao início de um novo ano letivo, o Correio da Manhã escreve sobre algumas escolas em Portugal que estão na vanguarda da inovação e procuram novos modelos educativos para as crianças. Já há escolas onde os cadernos não são de papel, mas sim digitais; com salas sem mesas; e onde os telemóveis são mais do que bem-vindos.

Os alunos do terceiro ciclo — 7.º, 8.º e 9.º anos — do Colégio Vasco da Gama, em Meleças, Sintra, não vão levar cadernos para a escola.

“Cada aluno vai estar com o seu computador híbrido — simultaneamente um portátil e um tablet — e quem entrar na sala verá provavelmente um quadro interativo com alguma sequência de aprendizagem ou um manual projetado, no qual o professor faz a correção de um exercício”, explica a diretora da escola, Renata Hilário.

O preço do futuro não é para qualquer um. A escola fundada em 1959 tem uma mensalidade que ronda os 500 euros.

Inácio Casinhas, que partilha a direção da escola com Renata Hilário, está convencido que “daqui a cinco anos nós aqui dentro não teremos livros nenhuns”.

O projeto iClass vai ser este ano alargado ao 5.º ano. A chamada ‘sala do futuro’ não tem mesas e as cadeiras são giratórias. O espaço tem ainda sofás e pufes para os alunos relaxarem nas pausas do trabalho.

A Open Learning School – A Quinta (OLS), no Seixal, é outra das escolas que rompe com o modelo convencional.

“A escola foi criada para a instrução de operários fabris, foi criada para ser tudo igual, tudo sequencial, por isso era só até à 4ª classe. Mas tudo evolui. Não vamos hoje a um dentista e as ferramentas são as do século XIX. Então porque é que na escola é igual?”, questionou a diretora da escola, Mónica Antunes, em declarações ao Correio da Manhã.

“Estamos conscientes do que é o currículo, mas não faz sentido que isto seja feito em rebanho. Nós queremos seres pensantes”, acrescentou.

A OLS não tem regras: tem “combinados”. Não tem professores: tem tutores. Não tem aulas: tem contextos de aprendizagem. A escola baseia-se no modelo defendido pelo pedagogo José Pacheco, cofundador da OLS, que defende uma escola sem turmas, sem ciclos, sem testes e sem chumbos.

Para José Pacheco, “haver aulas no século XXI é um escândalo” e “se a escola não mudar, os professores vão ser substituídos por robôs”.

A OLS tem mensalidades entre os 300 e os 700 euros, dependendo do tempo que a criança passa na escola e se o almoço está ou não incluído.

ZAP //

1 Comment

  1. Há que evoluir! Os filhos do Elon Musk tb não andam em escolas “tradicionais” do tipo linha de montagem. O futuro é haver maior personalização de conteúdos de forma a que os conhecimentos, tópicos de interesse e ritmos de ensino se adaptem à criança e não o contrário, que pode levar a choques devido à “normalização” compulsória habitual da mente da criança.
    Parabéns pela coragem e iniciativa visionária!

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