A principal federação de escolas particulares do Paquistão lançou uma campanha pública contra a prémio Nobel da Paz Malala Yousafzai, que regressou à cidade onde, em 2012, foi baleada na cabeça pelos talibãs.
“Eu não sou Malala“. Este é protesto liderado pela federação das escolas particulares paquistanesas, com mais de 200 mil associados, no qual acusa a ativista, que voltou esta semana ao país pela primeira vez depois de quase seis anos, de “terrorismo ideológico“.
Mirza Kashif Ali, presidente da Federação de Escolas Particulares do Paquistão, afirma que os professores participantes, que em 2014 proibiram a leitura do livro da ativista “Eu sou Malala” nas salas de aula, usaram braceletes de cor preta e explicaram aos alunos os planos “perversos” de Malala Yousafzai.
“Não damos boas-vindas à Malala”, afirmou Kashif, na cidade de Lahore, que a acusa de trabalhar como agente para outros países, transmitir uma ideologia secular e defender o escritor Salman Rushdie e o seu livro Versículos Satânicos.
“Condenamos este terrorismo ideológico e protestamos por isso”, ressaltou Kashif.
Num vídeo divulgado pela federação, crianças mostravam cartazes com a frase “Eu não sou Malalal”, com o nome da ativista mal escrito de propósito. Numa outra gravação, um professor explica que Malala causou grande prejuízo à imagem internacional do país, especialmente ao Exército.
Entre os objetivos da federação estão “proteger e preservar a soberania e a integridade e defender a ideologia do Paquistão“, assim como “defender e proteger a Constituição da República Islâmica do Paquistão”, de acordo com o site do grupo.
Esta quinta-feira, Malala regressou ao país, depois de quase seis anos de ausência, tendo-se declarado muito feliz por estar no Paquistão.
“Estou muito feliz. Nem consigo acreditar que estou aqui”, declarou num breve discurso na residência do primeiro-ministro, Shahid Khagan Abbasi, em Islamabad, algumas horas depois de chegar de surpresa ao Paquistão.
“Nos últimos cinco anos sonhei sempre poder voltar ao meu país”, adiantou, tendo prometido que continuará a fazer campanha pela educação das raparigas e pedido aos paquistaneses que se unam em questões como os cuidados de saúde e a educação.
Malala Yousafzai abandonou o Paquistão entre a vida e a morte após a tentativa de assassínio realizada por militantes talibãs quando regressava da escola.
Tratada em Inglaterra, onde vive, tornou-se um ícone dos direitos das raparigas à educação, o que lhe valeu o prémio Nobel da Paz em 2014, em conjunto com o indiano Kailash Satyarthi.
// Lusa
Isto não são pessoas
Paquistão, em termos sociais, vive na idade média e é natural que não aceite o discurso de igualdade e liberdade de Malala. É neste país que há madrassas onde se ensina o ódio racial e a intolerância religiosa às crianças. É este país onde ainda se preconiza que a mulher morra com o homem, e que a infidelidade seja punida com a morte bárbara (à pedrada, enterrada ou emparedada). A violação de mulheres é sempre tolerada e a culpa é da mulher…!
Muita coragem a desta menina, para voltar a um país tão atrasado socialmente !
a selvajaria vao demorar muitos anos a erradicar; há quem erradamente lhe chame coltura !!!
Deve temer pela vida novamente… infelizmente eu acho.