Mais de 49 mil novos estudantes entraram agora para o ensino superior, tendo ficado sem colocação 33% dos candidatos à primeira fase do concurso nacional de acesso, revelam dados divulgados hoje pelo Ministério do Ensino Superior.
Há 49.452 novos estudantes no ensino superior público, é o segundo maior número de colocados nos últimos 30 anos. O recorde foi ultrapassado apenas no ano passado, quando quase 51 mil alunos ficaram colocados na primeira fase.
Mas este é também o ano, na última década, em que mais alunos ficaram de fora: dos 64 mil candidatos, 14.552 não conseguiram ainda um lugar no ensino superior.
Pode ver se está entre os colocados no site da Direção Geral do Ensino Superior (DGES).
Metade dos candidatos que conseguiram colocação ficou na escola que tinha escolhido como primeira opção e um total de 82% dos alunos conseguiu vaga numa das suas três primeiras opções.
Três em cada cinco estudantes ficaram colocados numa universidade, tendo os restantes conseguido uma vaga num politécnico: No subsistema universitário estão 30.030 e no politécnico 19.422.
Para responder ao elevado número de candidatos, o Ministério divulgou no início do mês que iria haver mais 3.080 vagas para esta primeira fase, das quais 160 seriam em cursos com maior concentração de melhores alunos. Nestes cursos ficaram agora colocados quase 4.900 novos estudantes, um aumento de 7% face ao ano passado.
Já nos cursos de medicina o aumento em relação ao ano passado foi de apenas mais sete alunos: existem agora 1.555 caloiros neste curso, segundo os dados do MCTES.
Quatro em cada dez alunos (21.401) entraram em cursos nas áreas STEAM – Ciências, Tecnologias, Engenharia, Artes e Matemática. E a procura por cursos nas áreas de competências digitais também tem aumentando, sendo este ano 6.820 estudantes (mais 20% do que em 2015).
Também há mais alunos em instituições localizadas em regiões com menor densidade demográfica. São 12.318 estudantes, com diversas instituições do interior a aumentar o número de colocados face ao ano anterior, como a Universidade de Évora, e os institutos politécnicos de Beja, Portalegre, Bragança, Guarda, Santarém, Viseu e Tomar.
No que toca aos estudantes com deficiência, entraram agora para o ensino superior 315 estudantes através do contingente especial, o dobro dos que conseguiram uma vaga em 2015.
Foram ainda colocados 419 estudantes emigrantes e lusodescendentes, crescendo 6% face ao ano anterior (quando tinham sido colocados 396 candidatos) e 151% face a 2015.
A Direção-Geral do Ensino Superior estima que ano letivo se inscrevam mais de 100 mil novos estudantes, tendo em conta as diferentes formas de ingresso no ensino superior público e privado. No ano passado, previa-se cerca de 95 mil novos alunos.
Sobram 6.393 vagas para a segunda fase
Há 6.393 vagas para a segunda fase do concurso de acesso ao ensino superior, destacando-se o Politécnico de Bragança, com mais lugares disponíveis, mas também as escolas de enfermagem e o ISCTE sem quaisquer vagas sobrantes.
Na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) foram disponibilizadas 55.307 vagas, das quais sobraram 6.393 para a segunda, que arranca segunda-feira e termina a 8 de outubro.
São mais 343 vagas do que no ano passado, mas as instituições mais procuradas voltam a ter pouca oferta.
Na maioria dos cursos (73%) não sobrou qualquer vaga da primeira para a segunda fase: são 784 cursos num universo de pouco mais de mil.
As três escolas superiores de enfermagem (em Coimbra, Lisboa e Porto) assim como o ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa não apresentam, neste momento, qualquer vaga para a segunda fase.
O ISCTE– Instituto Universitário de Lisboa volta assim a ser, pelo segundo ano consecutivo, a única universidade pública portuguesa a esgotar todas as vagas na primeira fase de candidaturas ao ensino superior.
A Universidade Nova de Lisboa tem apenas dois lugares, depois de uma primeira fase em que mais de cinco mil candidatos colocaram a instituição como primeira opção de preferências, tentando ficar com uma das 2.894 vagas existentes.
Já o Instituto Politécnico (IP) de Bragança é o que disponibiliza mais vagas para a segunda fase do CNAES: 1.178, depois de uma primeira fase em que abriram 2.236 lugares, aos quais concorreram apenas 1.074 alunos.
O IPBragança é também a instituição com mais cursos sem qualquer aluno colocado nesta fase: onze cursos, na maioria na área das engenharias, que vão desde a Engenharia Civil a Eletrotécnica, passando pela Agronomia, Alimentar ou Zootécnica.
A instituição raiana conta ainda com outros sete cursos com menos de dez alunos, como é o caso de Música em Contextos Comunitários (um colocado) ou de Engenharia Mecânica (quatro colocados).
As instituições do interior do país voltam a ser as que apresentam mais vagas na segunda fase, como o Instituto Politécnico (IP) de Viseu (480 vagas), o IPCastelo Branco (443) ou o IPGuarda (354 vagas).
ZAP // Lusa