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Depois de muitos perderem o paladar, enólogos querem ser prioritários na vacinação contra a covid-19

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Um dos principais sintomas da covid-19 é a perda de olfato e paladar, sendo que estes podem prolongar-se mesmo após a doença. É o que está a acontecer com vários enólogos que agora se queixam de não conseguir realizar o seu trabalho e, quem ainda não esteve infetado, quer ser prioritário no processo de vacinação.

O assunto tem ganho grande relevo em França, relata a Reuters.

Sophie Pallas, enóloga de profissão, esteve infetada com covid-19 e revela que a doença lhe trouxe consequências que prejudicam diretamente o seu trabalho. A francesa nota que, mesmo após a recuperação da doença, ainda não consegue detetar alguns sabores que compõe o vinho.

Tal como grande parte dos infetados, Pallas perdeu o paladar e o olfato, e explica que o seu estado ainda não lhe permite executar o seu trabalho a 100%.

A história de Pallas destaca o risco da pandemia não apenas para enólogos ou viticultores, mas também para outras pessoas que precisam de usar as suas papilas gustativas para trabalhar.

Perante os testemunhos que se têm somado no setor, a indústria vinícola de França tem-se mostrado preocupada.

Uma pesquisa do Sindicato dos Enólogos, que conta com mais de 2.600 profissionais da indústria, mostrou que, entre aqueles que todos os que contraíram covid-19, mais de um terço referiu que a doença afetou a sua capacidade de fazer o seu trabalho. Segundo a instituição, alguns alunos também acabaram por abandonar os cursos após adoecerem.

Didier Fages, chefe do sindicato, disse que já foi enviada uma carta ao presidente Emmanuel Macron e ao primeiro-ministro Jean Castex, para pedir que estes trabalhadores sejam prioritários no processo de vacinação contra a covid-19.

Fages, que também esteve infetado com o novo coronavírus, foi questionado sobre o que significava para um degustador ser privado do seu paladar ou olfato, respondendo que é “como pedir a um músico para tocar sem instrumento”.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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