Encontrado em França material explosivo. Suspeita-se que seja da ETA

A justiça francesa abriu esta quarta-feira um inquérito após a descoberta de um esconderijo com explosivos no centro de França, suspeitando a polícia que pertença à organização separatista basca ETA, indicaram fontes da luta antiterrorista.

O local foi descoberto por pessoas que passeavam na região, a sul de Paris, e entre o material encontrado estavam 120 detonadores, centenas de projéteis e vários quilogramas de explosivos.

O canal France 3 indicou que se crê que este é um esconderijo antigo, no qual havia inscrições em basco. A emissora France Info disse que a descoberta foi feita na terça-feira no bosque de Marmeaux.

A ETA decretou um cessar-fogo em 2011, antes de anunciar o seu “desarmamento total” em 2017. A dissolução da ETA foi oficializada em 3 de maio de 2018, sendo a organização separatista acusada de ter matado 853 pessoas em várias décadas de violência em nome da independência do País Basco.

Em junho, o histórico líder da organização separatista ETA foi libertado da prisão, ficando sob controlo judicial. Josu Ternera foi condenado duas vezes à revelia em França enquanto estava na clandestinidade, uma a oito anos de prisão e a outra a sete, tendo recorrido dos dois casos, cujas sessões ainda não começaram.

Além disso, a justiça espanhola já tinha emitido um mandato de captura europeu contra o ex-líder da organização separatista, pelo ataque ao quartel da Guardia Civil de Saragoça, em 1987, embora os seus advogados afirmem que não foi ainda notificado.

Josu Antonio Urrutikoetxea Bengoetxea foi o chefe da ETA (Euskadi Ta Askatasuna, Pátria Basca e Liberdade) de 1977 a 1992, inspirando uma estratégia de atentados mortíferos, tendo sido também o promotor das negociações de paz com o Estado espanhol, antes de ser demitido da direção do grupo, em 2006.

Foi preso pela primeira vez em França, em 1989, com uma granada na mão e documentos falsos, condenado a 10 anos de prisão e depois expulso para Espanha, após a libertação.

Eleito em 1998 para o Parlamento Autónomo Basco, foi nomeado em 1999 como um dos três negociadores da ETA para o processo de paz, que acabou por ser abortado.

ZAP // Lusa

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