658 empresas portuguesas mantêm negócios com a Rússia

(dr) Bosch

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Guerra não travou negócios entre portugueses e russos. Confira a lista das 15 maiores exportadoras e importadoras.

A guerra na Ucrânia começou há um ano. No dia 24 de Fevereiro de 2022, Vladimir Putin anunciou ainda de madrugada o início de uma “operação militar especial” e o mundo mudou naquele dia, em diversos contextos.

A primeira consequência que nos vem à cabeça são as perdas humanas. Milhares e milhares de pessoas já morreram por causa da guerra, entre militares e civis, entre russas e ucranianas.

Mas a economia também mudou naquele dia. Os efeitos das sanções económico-financeiras chegaram a praticamente todo o lado e os portugueses não escaparam, com efeitos sobretudo na inflação – que ainda se mantêm.

O investimento da Rússia em Portugal desceu 20%, as exportações caíram para metade do que eram – mas há muitas empresas portuguesas que continuam a realizar negócios com a Rússia, mesmo com a guerra a decorrer.

Ao longo do ano passado, 658 empresas portuguesas fecharam negócios com a Rússia, indica o portal Eco, com base em números do Instituto Nacional de Estatística – que não incluem empresários em nome individual, trabalhadores independentes e particulares.

É uma quebra em relação a 2021, mas não foi a quebra que provavelmente muitos previram: eram 1.185 empresas no ano anterior. A contabilidade caiu 44%.

330 empresas realizaram exportações, 328 fizeram importações. Um número quase igual.

Em relação às exportações, que caíram para 88.2 milhões de euros (metade do ano anterior), a cortiça deixou de ser o produto mais exportado – agora é o sector alimentar.

Nomes das empresas

A empresa portuguesa que exportou mais para a Rússia no ano passado foi a Bosch Termotecnologia, de esquentadores, caldeiras e bombas de calor. O pódio fica completo com a Sedacor (cortiça) e com a Stonimpar (pedra natural).

No top-5 estão ainda Louritex (alfaias agrícolas) e Ballamore (bebidas), antes de Proadec, Unicor, Adega Cooperativa de Ponte da Barca e Arcos de Valdevez, Casa Santos Lima e Italagro. Fora do top-10, mas entre as 15 maiores exportadoras estão ainda: Nestlé Portugal, Fibromade, Cabopol Polymer Compounds, OLI e Arsopi.

Nas importações – que caíram 39,2% em relação a 2021 – liderou a Petrogal (energia), à frente de Naturgy (também energia) e SGL Composites (fibras técnicas).

Seguem-se Riberalves (alimentação) e Cargill (agro-alimentar e nutrição animal). Logo depois ficaram Continental Mabor, Blue Chem, Lugrade – Bacalhau de Coimbra, Rui Costa e Sousa & Irmão, Indorama Ventures – Artlant. A fechar as 15 maiores exportadoras estão: RNM, Polivouga, CNCB – Companhia Nacional Comércio Bacalhau, Oben Portugal e Pascoal.

Algumas grandes empresas nacionais, como a Sogrape (vinhos) ou a Logoplaste (embalagens), deixaram o mercado russo. E o caso da Sogrape destaca-se: a maior empresa portuguesa de vinhos estava no pódio das maiores exportadoras para a Rússia, que era uma das apostas da empresa.

ZAP //

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