O Empire State Building, em Nova York, moveu um processo de 1 milhão de dólares contra um fotógrafo que tirou fotografias a uma mulher em topless no 86º andar do prédio.
As empresas ESRT Observatory e ESRT Empire State Building alegam que Allen Henson, fotógrafo e veterano de guerra, não obteve permissão prévia para tirar as fotos e que suas acções foram “inadequadas” num local que é atracção turística para muitas famílias.
Henson alega que usou o seu telemóvel para fotografar uma amiga, a modelo texana Shelby Carter, mas que as imagens têm “valor comercial zero”, refere a BBC.
As fotografias foram tiradas a 9 de Agosto do ano passado no miradouro do prédio.
“Não se tratou de um ensaio fotográfico”, disse Henson à BBC.
“Nós achámos que seria uma ideia maravilhosa, com uma vista incrível e não iria prejudicar ninguém”, disse, acrescentando que “ninguém ficou ferido e não havia crianças à volta”.
Sem lógica
Henson disse ainda que soube da acção judicial através dos meios de comunicação na segunda-feira e que ainda não havia contratado um advogado.
Na acção colocada no Supremo Tribunal do Estado de Nova York, as empresas esperam receber US$ 1,1 milhão por danos (cerca de 808 mil euros).
As companhias alegam que o fotógrafo não pediu permissão para fazer as fotos e que o incidente ameaçou a sua capacidade de garantir “um lugar seguro e adequado para famílias e turistas”.
O Empire State Building recebe quatro milhões de visitantes por ano.
O fotógrafo ressalva que não arrecadou dinheiro com o material e argumenta que muitos turistas que estavam no local também se encontravam a tirar fotografias e a filmar através dos seus telemóveis sem ter obtido qualquer permissão.
“Não é lógico, eles estão a cometer um grande erro com este processo”, rebate o fotógrafo.
Trabalho polémico
A situação ocorrida no Empire State Building não é, no entanto, a única tentativa de Henson de fotografar mulheres semi-nuas em locais turísticos.
Esta, que pode ser considerada um provocação do fotógrafo às reacções dos americanos à nudez, tem-se repetido noutras situações onde Henson usa restaurantes e outros locais conhecidos para captar as suas imagens, nem sempre sendo bem sucedido, tendo chegado a ser interpelado pelos serviços de segurança dos locais.
Sendo a prática de topless legal em Nova Iorque em locais públicos, já não o é em locais privados, e a polémica acerca dos limites de Henson parece instalar-se.
A alimentar a polémica relativa ao seu processo, Henson pede agora, na sua página de Facebook, a presença de uma larga audiência feminina que o acompanhe ao Supremo Tribunal, de modo a conseguir juntar cerca de 50 mulheres em topless na sua audiência.
RC, ZAP / BBC