Embrulhos com cocaína dão à costa desde outubro no sudoeste de França

coastguardnews / Flickr

Desde outubro, dezenas de embrulhos com cocaína têm dado à costa nas praias do oeste de França, tendo já sido recuperados pelo menos 760 quilogramas desde a região de Saint-Nazaire ao País Basco.

Apesar das fortes chuvas, dezenas de polícias examinaram ontem o areal numa extensão de 13 quilómetros das praias de Porge, no sudoeste de França, para tentar localizar pacotes de cocaína que, desde há semanas, encalham no litoral atlântico.

Helicópteros das alfândegas e da polícia vigiam a costa, enquanto as autoridades verificam o conteúdo dos sacos de quem visita as praias da região, bem como os veículos nos parques de estacionamento. Nessa pequena cidade localizada a 45 quilómetros a oeste de Bordéus, os primeiros pacotes foram encontrados no sábado, tendo o presidente da Câmara, Martial Zaninett, emitido de imediato um despacho a interditar o acesso àquela área.

“Os serviços do Estado pediram para proibir o acesso aos 13 quilómetros de costa que temos em Porge, para proteger as praias e por razões de evidente perigo de produtos que chegam às costas”, explicou Zaninett. No sábado, “os serviços policiais encontraram entre sete a oito quilogramas”, acrescentou.

As autoridades alertaram contra esses produtos “altamente concentrados”, referindo “o risco de lhes tocar que pode provocar uma reação cutânea“. Recentemente, as praias de Porge foram sinalizadas com placas que diziam “Proibido passear na praia até novo aviso”. No entanto, não tiveram o efeito desejado.

“Estávamos a passear tranquilamente com o cão e não vimos os sinais. A polícia pediu-nos para sair”, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) Martine Baldini, que passeava na praia com o seu companheiro. Martine Baldini encontrou um desses pacotes em Porge.

“A curiosidade fez-nos aproximar. Percebemos que deveria ser droga. Não [lhe] tocámos porque nos disseram que poderia ser perigoso”, contou Baldini. “Chamámos a polícia, que recuperou o pacote que deveria ter quatro quilogramas e foi colocado num saco de congelação”, acrescentou.

Segundo o procurador da cidade de Rennes, “foi estabelecida uma cooperação policial de escala europeia e também com as autoridades norte-americanas”, para ajudar na tarefa de determinar a fonte das mercadorias — se por acidente de transporte ou descarga voluntária.

// Lusa

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