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Em que país vivem as crianças mais felizes do mundo? A resposta está no nome…

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É nos Países (dos) Baixos que vivem as crianças mais felizes do mundo. Menos pressão na escola, a liberdade dada pelos pais, o bem estar emocional, a saúde física e até as bicicletas – são alguns fatores que fazem com que as crianças holandesas sejam tão felizes.

As crianças neerlandesas são as mais felizes do mundo. A conclusão é de um relatório publicado em 2020, pela UNICEF, que põe as crianças portuguesas na 17.ª posição.

A completar o pódio deste ranking sobre o bem-estar infantil estão as crianças da Dinamarca e da Noruega.

De acordo o relatório, 90% das crianças holandesas consideram-se “razoavelmente felizes com a vida”.

Nos Países Baixos, o foco do desenvolvimento infantil está nas vivências sociais.

Na escola, por exemplo, os programas e as metas curriculares implicam muito mais interatividade do que em Portugal, e centram-se muito menos no desempenho e resultados dos alunos.

Esses métodos, segundo os especialistas, permitem que as crianças desenvolvam habilidades sociais importantes e ganhem mais maturidade.

Há menos pressão sobre as crianças para que tenham bom desempenho na escola”, diz, ao Fatherly, Lisa Corrie, consultora educacional neerlandesa.

As crianças aprendem mais quando exploram o mundo que os envolve, com as suas próprias sensações, com garantias de que ficam mais autónomas e aptas para escolher as suas prioridades – os Países Baixos ocupam o 3.º lugar no ranking habilidades académicas, sociais e emocionais.

“Nos Países Baixos, assim como na Alemanha, a autonomia e a independência das crianças revelam-se muito importantes”, disseram, ao Fatherly, as psicólogas infantis holandesas Cecile Gunning e Claudine Dietz.

Segundo as duas psicólogas, nos Países Baixos, os pais não só exercem menos influência no comportamento das crianças, como ainda incentivam a independência delas.

No entanto, garantem as especialistas, a generalidade dos progenitores também sabe ser rígida – quando têm de o ser – e deixa claro que nem tudo é negociável.

Um forte equilíbrio entre vida profissional e pessoal, por parte dos pais, é outro fator que contribui para o bem estar das crianças, garantiu Lisa Corrie.

Muitos pais têm flexibilidade no trabalho, para poderem passar mais tempo com os filhos.

“Eles têm ‘dias de folga da mãe e do pai’ com os filhos, normalmente à quarta e à sexta-feira. As crianças, em geral, têm os pais mais disponíveis e passam mais tempo juntos”, explicou a especialista.

Até as bicicletas contribuem

Nos Países Baixos, os encarregados de educação incentivam as crianças a andarem sozinhas de bicicleta e transportes públicos pelas cidades – e há boas razões para isso (e não, não é só pelo nível de segurança e desenvolvimento existente nos Países Baixos).

De acordo com um relatório de 2022 da Embaixada de Ciclismo dos Países Baixos (DCE), a presença de infraestruturas desenvolvidas e de qualidade para ciclismo é especialmente útil para fazer as crianças felizes.

Além de facilitar a sua capacidade de locomoção e de as fazer ganhar autonomia, o ciclismo também demonstrou ter importância no aumento da produção e absorção de neurotransmissores como a serotonina e a ocitocina – duas das hormonas da felicidade (juntamente endorfina e a dopamina).

De acordo com o DCE, “os Países Baixos têm o maior uso de bicicletas de todos os países do mundo”. Segundo a entidade, em Amesterdão – a capital do país – há mais bicicletas do que residentes.

A prevalência do ciclismo foi um dos fatores que contribuiu para o surgimento do país no 9º lugar, no ranking da saúde física infantil – mais um fator diretamente ligado à felicidade.

Miguel Esteves, ZAP //

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