Elon Musk processado após despedir metade dos funcionários do Twitter

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O bilionário sul-africano Elon Musk foi processado por ex-funcionários do Twitter após anunciar um plano para despedir cerca de 3,700 trabalhadores — metade do efetivo total. Musk defende-se dizendo que não tinha outra opção.

Desde que tomou posse do Twitter, na semana passada, Elon Musk continua a causar polémica.

Recentemente, o bilionário sul-africano revelou a intenção de despedir 3,700 funcionários, cerca de metade do efetivo total, alegando uma “queda de lucros“.

No Twitter, Musk defendeu a decisão e disse que “infelizmente não há escolha quando a empresa está a perder 4 milhões de dólares por dia”.

Um grupo de ex-funcionários do Twitter divulgou um comunicado nas redes sociais no qual indica ter movido um processo contra o novo proprietário, por “violar a lei federal ao anunciar os despedimentos sem aviso prévio”.

De acordo com a Lei Federal e da Califórnia de Ajuste de Trabalhadores e Notificação de Recrutamento, um empregador com mais de 100 empregados deve fornecer uma notificação escrita com 60 dias de antecedência antes de um despedimento em massa que afete 50 ou mais empregados num único local de trabalho.

“Elon Musk, o homem mais rico do mundo, deixou claro que acredita que o cumprimento das leis laborais federais é trivial“, disse a advogada Shannon Liss-Riordan, que avançou com a acção judicial, numa declaração à CNN.

Os funcionários receberam uma mensagem na qual o novo CEO e proprietário avança que vai enviar emails pessoais para confirmar os despedimentos. “Como anunciado anteriormente, o Twitter vai reduzir os seus efetivos para ajudar a melhorar a saúde da empresa”, indica um dos emails recebidos.

O Twitter, assim como as restantes empresas da Sillicon Valley, enfrenta uma onda de despedimentos e cortes de gastos motivados pela crise que afeta o país.

A companhia registou uma perda de 270 milhões de dólares no segundo trimestre de 2022, comparada com o lucro de 66 milhões de dólares no mesmo período no ano passado.

Batalha entre Musk, antigos funcionários e empresas

Depois de ter concluído a aquisição do Twitter, Elon Musk despediu o antão CEO, Parag Agrawal, o executivo legal Vijaya Gadde, o director financeiro Ned Segal e o conselheiro geral Sean Edgett.

Aém disso, dispensou todos os membros o Conselho de Administração da empresa e instalou-se como único membro do conselho.

Musk continua a confrontar os utilizadores e o mercado, que estão preocupados com o futuro da empresa — nomeadamente com a moderação de conteúdos que expressem discurso de ódio.

Empresas como a Wolkswagen e a General Motors anunciaram a retirada de anúncios na plataforma, temendo que com a nova direção a rede social volte a acolher este tipo de conteúdo

Na sexta-feira, o novo CEO do Twitter informou que a empresa teve uma “queda enorme de receitas, devido a grupos de ativistas que pressionam os anunciantes”, acusando-os de “tentar destruir a liberdade de expressão nos Estados Unidos”.

Além destas medidas, Musk anunciou que o Twitter irá cobrar 8 dólares por mês para manter uma conta verificada, desencadeando um intenso debate nas redes sociais.

ZAP // RFI

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