/

Chips HBM, o elemento-chave da IA que os EUA querem bloquear à China

A procura pela memória de alta largura de banda aumenta à medida que a IA cresce, o que favorece a China. Os EUA é que não ficam contentes.

A memória de alta largura de banda (HBM) é uma pilha de chips de memória, pequenos componentes que armazenam dados. Podem armazenar mais informações e transmitir dados mais rapidamente do que a tecnologia mais antiga, chamada DRAM (memória dinâmica de acesso aleatório), explica a CNN.

Habitualmente, os chips HBM são normalmente utilizados em placas gráficas, sistemas de computação de alto desempenho, centros de dados e veículos autónomos.

Mas, mais importante, são essenciais para o desenvolvimento da IA, nomeadamente a generativa, que são alimentadas por processadores de IA. “O processador e a memória são dois componentes essenciais da IA. Sem a memória, é como ter um cérebro com lógica, mas sem nenhuma memória”, explica Dan Hutcheson, vice-presidente da TechInsights, uma organização de pesquisa especializada em chips.

De acordo com Hutcheson, a velocidade do envio de dados é essencial para a IA. “É como a diferença entre uma autoestrada de duas vias e uma autoestrada de cem vias. Não há engarrafamentos de trânsito”, explica.

As três principais empresas que dominam o mercado de chips HBM são a sul-coreana Hynix, que representava em 2022 50% do mercado, a Samsung, também sul-coreana, com 40% da quota de mercado deste produto, e a americana Micron, que quer aumentar a sua quota de mercado para um valor entre 20% e 25% até 2025.

Ao longo de três anos o presidente dos EUA, Joe Biden, foi impondo medidas de restrição destes chips à China. Agora, o presidente anunciou, no início deste mês, mais um pacote de medidas que bloqueiam a exportação deste chip para o país asiático.

A CNN explica ainda que o preço de venda unitário do HBM é várias vezes superior ao de um chip de memória convencional.

Isso acontece porque a altura de um HBM é aproximadamente a de seis fios de cabelo, o que significa que cada camada desses chips de memória padrão que são empilhados juntos também precisa de ser extremamente fina, um feito que exige uma experiência de fabricação de alto nível, conhecida como embalagem avançada.

“Há muitos mais pontos de falha quando se tenta fabricar estes dispositivos. É quase como construir um castelo de cartas“, diz Hutcheson.

Sem o recurso a esta tecnologia, os avanços na IA por parte da China podem estagnar.

Mas “o que as restrições à exportação dos EUA fariam era cortar o acesso da China ao HBM de melhor qualidade a curto prazo”, explica Jeffery Chiu, CEO da Ansforce, uma consultoria de rede especializada em tecnologia, à CNN. “No entanto, a longo prazo, a China continuará a ser capaz de os produzir de forma independente, embora com tecnologias menos avançadas”.

Embora a capacidade da China para produzir HBM esteja atualmente atrasada em relação à Hynix, à Samsung e à Micron, está a desenvolver as suas próprias capacidades nesta área. O objetivo? Autossuficiência tecnológica.

Com as medidas ainda mais protecionistas prometidas por Trump, vai ser cada vez mais complicado para a China poder contar com os EUA. A partir de agora, é cada um por si.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.