Sucessor de Miguel Guimarães será escolhido no processo eleitoral que arranca nesta terça-feira. Nunca houve uma mulher bastonária.
A Ordem dos Médicos vai ter um novo bastonário. O processo eleitoral começa nesta terça-feira, dia 10, e prolonga-se até ao dia 19 de Janeiro.
Mais de 60 mil médicos vão votar para o triénio 2023-2025. Caso não haja maioria na primeira volta, haverá segunda ronda entre os dias 7 e 16 de Fevereiro.
A Ordem dos Médicos é a sociedade que regula a profissão, a ética e a deontologia da profissão – tal como acontece na enfermagem, por exemplo.
Há seis candidatos à sucessão de Miguel Guimarães: Alexandre Valentim Lourenço, Bruno Maia, Carlos Cortes, Fausto Pinto, Jaime Branco e Rui Nunes. A rádio TSF reuniu as prioridades de cada candidato.
Alexandre Valentim Lourenço, que já é presidente da secção regional Sul da Ordem, acha que não faltam médicos em Portugal mas defende a valorização da carreira: quer serviços de saúde melhores e mais dispersos – mas só se for possível garantir meios. A concentração de serviços é a alternativa.
Bruno Maia, neurologista quer defender com “empenho” um Serviço Nacional de Saúde público, universal, de qualidade. Pretende um caminho especial para os jovens e não concorda com o facto de, agora, o Serviço Nacional de Saúde ter um director-executivo (Fernando Araújo).
Carlos Cortes, presidente da secção regional do Centro da Ordem, quer combater a desmotivação relacionada com a falta de capacidade de alguns serviços. Acha que a entidade deve ser um “provedor do utente, promotor da saúde e defensor dos médicos”.
Fausto Pinto, médico há 40 anos, quer liderar uma Ordem com “voz forte e independente” e uma “cabeça” bem definida. Também acha que não faltam médicos mas defende planos diferentes para o futuro da profissão, sobretudo com condições de trabalho melhores.
Jaime Branco, reumatologista, acha que a Ordem dos Médicos deveria ser mais independente e repete a ideia: as condições de trabalho devem ser melhoradas no Serviço Nacional de Saúde.
Rui Nunes, antigo presidente da Entidade Reguladora da Saúde, vê a medicina em Portugal “a bater no fundo”: nos hospitais, nos centros de saúde, reina o descontentamento, sobretudo entre os médicos mais jovens. É contra a centralização e a favor da melhoria salarial e da revisão das carreiras. Mas não quer liderar uma Ordem-sindicato.
Seis candidatos, entre 40 e 67 anos. Seis homens. Não há qualquer mulher candidata a ser bastonário da Ordem dos Médicos.
O jornal Público lembra que, em Portugal, são as mulheres que mandam na medicina há anos. Mas nunca foi uma mulher a liderar a Ordem dos Médicos (que já existe há 84 anos).
E não será desta que vamos ver uma mulher como bastonária da Ordem dos Médicos.
Por os vistos os “Enfermeiros” são menos misóginos , mas o que dizer da que ocupa esse cargo ?