Economia chinesa sai reforçada da pandemia

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World Economic Forum / Flickr

O presidente da China, Xi Jinping

A economia chinesa ultrapassou o nível do período pré-crise, crescendo a um ritmo mais acelerado do que antes da pandemia e conquistando ainda mais quota de mercado no comércio mundial. 

“A China está a recuperar mais rápido, sai da pandemia reforçada”, referiu Ricardo Santos, economista especializado em assuntos europeus, ouvido na segunda-feira pelo Jornal de Negócios. “A pandemia acabou por acelerar a tendência de convergência do PIB per capita chinês com o das economias desenvolvidas”, explicou.

“Foi legítimo [à China] tirar vantagem da pandemia. Foram o primeiro país a entrar na pandemia, e o primeiro a sair”, disse ao jornal Alicia García-Herrero, do think tank Bruegel.

Na União Europeia, as projeções apontam para uma recuperação no final deste ano do nível de atividade do quarto trimestre de 2019. Nos Estados Unidos, na semana de 13 a 19 de junho, esse nível estava 2% abaixo do que estaria caso a pandemia não tivesse existido, de acordo com o indicador semanal da OCDE.

“Estimamos que o PIB [chinês] ficou não só acima do seu nível pré-covid, mas também acima da projeção de crescimento que havia antes da pandemia, no primeiro trimestre deste ano”, referiu Andrew Kenningham, economista-chefe para a Europa da Capital Economics, notando que “as taxas de crescimento anuais foram espetacularmente elevadas no primeiro trimestre”, embora “em parte porque a base de comparação é muito baixa”.

E acrescentou, também ao Jornal de Negócios: “As autoridades chinesas apostaram tudo em políticas de estímulo, que aceleraram o crescimento do PIB”.

A isso junta-se a rapidez de reação do banco central da China, disponibilizando crédito à economia e às empresas públicas, apontou Ricardo Santos, e “um forte aumento nas exportações, mas não nas importações”, assinalou Alicia García-Herrero.

“Em 2020 a China recuperou a quota de mercado que tinha perdido no ano anterior”, assinalou Christine Peltier, economista do BNP Paribas. Porém, quando “os consumidores europeus e americanos saírem da pandemia vão consumir mais serviços e vão de férias, comprando por isso menos equipamentos eletrónicos made in China”, disse Kenningham.

“O soft power da China e a sua reputação sofreram por demasiados motivos nos últimos 12 a 18 meses, incluindo o facto de o vírus ter tido origem na China, e o tratamento de Hong Kong e dos Uigures”, continuou. “Por isso, de várias formas a posição da China no mundo piorou, apesar do sucesso na abordagem da pandemia”, concluiu.

Taísa Pagno //

2 Comments

  1. Estranho seria se assim não fosse, depois de tudo o que tem envolvido esse vírus chinês, não terá assim surgido ao acaso!

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