A Libéria, já o país africano mais afetado pela epidemia do vírus Ébola, deverá ver-se a braços com “muitos milhares de novos casos” nas “próximas três semanas”, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em comunicado, a organização internacional refere que “o número de novos casos está a aumentar exponencialmente” na Libéria, onde se registaram já metade das infecções com vírus Ébola e metade das duas mil mortes contabilizadas até agora.
A OMS alerta os parceiros internacionais que estão a tentar ajudar a Libéria para a necessidade de se prepararem para “aumentar os esforços actuais em três ou quatro vezes“.
Os países mais afectados pelo surto do vírus na África Ocidental (entre os quais estão também Guiné-Conacri e Serra Leoa, e, em menor grau, Nigéria e Senegal) estão entre os mais pobres do mundo, com infraestruturas médicas deficitárias.
Antes da chegada do Ébola, a Libéria, por exemplo, tinha apenas um médico para cada cem mil pessoas. Agora, com 152 peritos sanitários infectados com o vírus e 79 mortos, a percentagem piorou ainda mais.
“O número de novos casos está a aumentar muito mais rapidamente do que a capacidade de os gerir em centros específicos para tratamento”, destaca a OMS.
“Não há camas livres para tratamento do Ébola em lado nenhum do país”, descreve a organização, explicando que, quando os doentes “não têm escolha senão regressarem às suas casas e comunidades”, outras pessoas serão “inevitavelmente infetadas”.
Como se transmite o Ébola
A OMS refere ainda que os táxis estão a transformar-se na principal fonte de transmissão do vírus, pois transportam muitos passageiros e não são desinfetados após cada utilização.
O vírus Ébola transmite-se por contacto direto com sangue, fluidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados, provocando febres hemorrágicas que, na maioria dos casos, são fatais.
O contacto direto com outras pessoas ou cadáveres infetados tem sido o grande veículo de transmissão do vírus, para o qual não existe tratamento nem vacina.
Este cenário faz do Ébola um dos mais mortais e contagiosos vírus para os seres humanos, com uma taxa de mortalidade a rondar os 90 por cento.
O último balanço do mais recente surto do vírus contabiliza mais de dois mil mortos entre os 3.500 casos já registados na Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria, Senegal e Nigéria.
O Ébola tem fustigado o continente africano regularmente desde 1976, sendo o atual surto o mais grave desde então.
A Organização Mundial da Saúde decretou, no dia 8 de agosto, o estado de emergência de saúde pública mundial e a União Africana deverá definir hoje uma estratégia à escala continental para combater a epidemia.
/Lusa
Epidemia de Ébola
-
30 Março, 2016 Ébola: OMS decreta fim da emergência internacional
-
30 Junho, 2015 Ébola volta a matar na Libéria
1300 mortes em 2200 casos representa uma taxa de letalidade (e não de mortalidade) de 59 %. a taxa de mortaliadade será 1300 mortes em 20000000 de cidadãos corresponde a uma taxa de mortalidade 0.0065%. Numeros elevados, claro. Mas vamos ser corretos nas informações.