Ébola causou a morte de mais de 1500 pessoas na República Democrática do Congo

Joint Base Lewis McChord / Flickr

O surto de ébola no nordeste da República Democrática do Congo causou mais de 1500 mortes e 2200 casos de contágio desde que foi declarado em agosto do ano passado, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde congolês.

De acordo com um relatório datado de sábado, as autoridades contabilizaram em 1506 o número de mortes, das quais 1412 tinham dado positivo para a infeção em testes de laboratório. Os casos de contágio totalizam 2239, dos quais 2145 foram confirmados, noticiou o Público esta segunda-feira.

Este surto – o mais letal na história da República Democrática do Congo e o segundo no mundo por mortes e casos confirmados após a epidemia na África Ocidental em 2014 – foi declarado em agosto de 2018 nas províncias de Kivu do Norte e Ituri.

No entanto, o controle da epidemia tem sido dificultado pela recusa de algumas comunidades em receber tratamento e pela insegurança na área, onde grupos armados e milícias rebeldes atacaram vários centros de tratamento.

Desde 08 de agosto de 2018, quando as vacinações começaram, mais de 140.900 pessoas foram inoculadas, principalmente nas cidades de Katwa, Beni, Butembo, Mabalako e Mandima, de acordo com os últimos números publicados pelo Ministério da Saúde.

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Em 14 de junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu não declarar a epidemia de ébola na República Democrática do Congo como uma emergência internacional de saúde, mas advertiu sobre os riscos na região após o surgimento dos primeiros casos na vizinha Uganda.

O Ministério da Saúde do Uganda confirmou a morte por ébola dentro das suas fronteiras (uma criança de cinco anos e a sua avó que chegaram da República Democrática do Congo com outros familiares). Desde então, as medidas de prevenção aumentaram no Uganda, onde cerca de 5000 profissionais de saúde já foram vacinados.

Existem em toda a fronteira centros de detecção de ébola da República Democrática do Congo, assim como em outros pontos de entrada e saídas importantes.

O surto de ébola mais devastador do mundo foi declarado em março de 2014 na Guiné-Conacri, tendo-se espalhado depois para as vizinhas Serra Leoa e Libéria. Quase dois anos depois, em janeiro de 2016, a OMS proclamou o fim da epidemia, na qual 11.300 pessoas morreram e mais de 28.500 foram infetadas.

O vírus ébola é transmitido através do contacto direto com sangue e fluidos corporais contaminados, causa febre hemorrágica e pode atingir uma taxa de mortalidade de 90% se não for tratado a tempo.

TP, ZAP //

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