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Inspirado em Duterte, Sri Lanka retoma pena de morte e recruta carrascos

As autoridades penitenciárias do Sri Lanka anunciaram que estão a recrutar carrascos após o Presidente do país ter prometido encerrar uma moratória de 43 anos sobre a pena de morte e passar a executar traficantes de droga condenados.

O porta-voz do departamento prisional, Thushara Upuldeniya, disse que dois carrascos serão contratados e que os anúncios do recrutamento de mais vão aparecer nos jornais já na próxima segunda-feira. As entrevistas serão realizadas no próximo mês, acrescentou.

Segundo a agência France Press, o anúncio publicado pelas autoridades prisionais refere que os candidatos devem possuir “grande força mental” e “excelentes carácter e valores morais”.

“Em 2014, o último carrasco reformou-se e as três pessoas que o substituíram demitiram-se em poucas semanas, por não terem qualquer função a desempenhar“, escreve a France Press.

O Presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, anunciou que as execuções serão retomadas nos próximos dois meses, num país cuja última execução de um prisioneiro remonta a 1976.

Não é invulgar os tribunais atribuírem como castigo a pena de morte por crimes como a violação, o homicídio e mesmo o tráfico de droga, mas desde 1976 que todas essas penas têm vindo a ser convertidas em prisão perpétua.

O anúncio de Sirisena de acabar com a moratória veio na sequência de uma visita às Filipinas em janeiro, onde elogiou a luta contra as drogas feita por parte do Presidente filipino, Rodrigo Duterte. Sirisena apelidou as políticas como “um exemplo para o mundo”.

Desde que foi eleito chefe de Estado das Filipinas, Rodrigo Duterte lançou uma forte ofensiva governamental contra o tráfico de droga.

Segundo as organizações de direitos humanos, além de 4.200 mortos em operações policiais, há que contabilizar 23.500 homicídios que estão a ser investigados, dos quais entre 12 a 15 mil serão assassinatos encobertos pelo clima de impunidade da campanha antidrogas.

ZAP // Lusa

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