O presidente filipino, Rodrigo Duterte, deu uma ordem no mínimo inusitada aos polícias do país: podem matar qualquer um dos filhos do mandatário, caso algum deles seja apanhado com drogas nas Filipinas.
“Já tinha feito o meu pedido antes: se tenho filhos envolvidos no tráfico de drogas, matem-nos, para que as pessoas não tenham nada a dizer”, disse Duterte, num discurso realizado na quarta-feira perante trabalhadores do Governo, avança o The Guardian.
As palavras tinham um destinatário: o senador filipino Antonio Trillanes, que afirmou anteriormente que o filho mais velho de Duterte, Paolo Duterte – vice-presidente da cidade de Davao – integraria um grupo chinês que estaria envolvido com tráfico de drogas.
Como resultado das alegações, o presidente declarou ter informado o filho Paolo sobre as ordens dadas à polícia. “As minhas ordens são para te matar se fores apanhado com drogas. E eu vou proteger o polícia que te matar“, garantiu Duterte.
Após a chegada à presidência das Filipinas em junho de 2016, Duterte lançou uma campanha violenta contra traficantes de drogas e dependentes químicos, medida que custou a vida de, pelo menos, 3800 pessoas, provocando críticas generalizadas da comunidade internacional. No entanto, há relatos de milhares de filipinos mortos em circunstâncias inexplicáveis.
Depois de assumir a presidência, Duterte já veio dizer que ficaria “feliz em matar” três milhões de toxicodependentes, admitindo que as crianças mortas na guerra contra as drogas são “danos colaterais“. E insistiu que nunca instruiu a polícia a fazer nada ilegal e que estes só devem matar em autodefesa.
Paolo Duterte, de 42 anos, negou as acusações feitas por um deputado da oposição.