Encontradas duas múmias com línguas de ouro. Serviam para pedir misericórdia ao deus do submundo

(dr) Ministério de Turismo de Antiguidades do Egito

Uma das múmias com língua de ouro.

Uma das múmias com língua de ouro.

Uma equipa de investigadores encontrou dois túmulos da 26.ª dinastia no sítio arqueológico de El-Bahnasa (Oxirrinco), no Egito. O que torna este achado único é o facto de as múmias terem línguas de ouro.

Oxirrinco é um dos mais importantes sítios arqueológico alguma vez descobertos, visto que ainda hoje podem ser lá encontrados diversos tesouros. Oxirrinco fica no Alto Egito, localizado aproximadamente 160 quilómetros a sudoeste do Cairo, na província de Al-Minya.

De acordo com o portal Ancient-Origins, os dois túmulos recentemente escavados continham os restos mortais de um homem e de uma mulher, não se sabendo se eram parentes.

As múmias foram encontradas em sarcófagos de calcário com cerca de 2.500 anos de idade. Naturalmente, as duas pessoas mumificadas não tinham línguas de ouro, sendo que estas apenas foram trocadas pelas suas línguas verdadeiras durante o processo de embalsamento.

As tradições egípcias sugeriam que as línguas de ouro permitiam aos espíritos dos mortos comunicarem com Osíris, o deus do submundo.

O homem encontrado estava relativamente bem preservado, numa sepultura com vários artefactos, como vasos canópicos — que serviam para colocar órgãos retirados do morto durante o processo de mumificação —, um escaravelho e estatuetas feitas de joias.

Pelo contrário, os restos mortais da mulher estavam altamente deteriorados e não havia artefactos no túmulo. A explicação mais provável para isto é que caçadores de tesouros podem ter encontrado o túmulo ainda antes da equipa de arqueólogos da Universidade de Barcelona.

As línguas de ouro escaparam aos olhos dos caçadores de tesouros, estando presentes em tanto o homem como a mulher. Acreditava-se que as línguas de ouro permitiam que os mortos convencessem Osíris a mostrar misericórdia quando se tratava do destino das suas almas.

Daniel Costa, ZAP //

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