Aníbal Pinto, antigo advogado de Rui Pinto, alega que Nélio Lucas, então administrador da Doyen, terá mostrado interesse em contratar Rui Pinto para aceder aos servidores da Federação Portuguesa de Futebol.
O antigo advogado de Rui Pinto é acusado de um crime de extorsão de forma tentada. No entanto, num requerimento de abertura de instrução apresentado pelo advogado, é defendido que a Doeyn quis contratar o hacker português para aceder ilegalmente aos servidores da Federação Portuguesa de Futebol.
Segundo o alegação presente no requerimento, ao qual o jornal Público teve acesso, Nélio Lucas terá-se reunido com Aníbal Pinto e o advogado da Doyen, Pedro Henriques, numa estação de serviço da A5, em Oeiras.
“Igualmente no ensejo, o Nélio Lucas questionou o arguido Aníbal Pinto sobre se o Rui Pinto conseguia entrar nos servidores da Federação Portuguesa de Futebol e que, na afirmativa, o pretendia contratar”, lê-se no documento. A intenção da Doyen terá ficado “ratificada numa conversação, escutada pela PJ e mantida entre o arguido Aníbal Pinto e o dr. Pedro Henriques”.
Aníbal Pinto realça que esta proposta foi o fator que o levou a afastar-se de um acordo e salientou que apenas estava a mediar um eventual contrato de trabalho entre as duas partes. Além disso, defende que “não aceitou colaborar em abordagens que viessem a ser feitas ao Nélio Lucas, tendentes a obter uma quantia compreendida entre meio milhão e um milhão de euros, para não serem tornados públicos certos documentos”.
Segundo a acusação do Ministério Público, em outubro de 2015, Rui Pinto terá contactado Nélio Lucas dizendo que tinha em sua posse documentos confidenciais da Doeyn Sports. O pirata informático mostrou-se disponível a destruir a informação mediante uma “doação generosa” — entre os 500 mil e um milhão de euros.
“Vocês estão a brincar? O meu cliente é um miúdo! Alguém dá um milhão a um miúdo? Isso é uma estupidez”, terá dito Aníbal Pinto, durante a reunião com os representantes da Doyen. É com base nestas alegações que o advogado defende que nunca teve intenções de extorquir dinheiro a ninguém.
O contrato inicialmente celebrado definiu que Rui Pinto receberia anualmente 25 mil euros durante cinco anos. Caso quebrasse a cláusula de confidencialidade, não receberia 100 mil euros adicionais. No entanto, poucos dias depois, o negócio caiu por terra quando Aníbal Pinto percebeu que a Doyen não estava interessada nos serviços prestados pelo seu cliente.
Aníbal Pinto defende ainda que as provas apresentadas por Pedro Henriques contra ele devem ser invalidadas. Na sua opinião, a conduta do advogado da Doyen viola os códigos de sigilo profissional da advocacia.
um miudo………..
O MP anda a servir os contribuintes com grelhados muito pouco saudáveis. Tem muito poucos “ingredientes” comestíveis. Alguns deles até deveriam ser acompanhantes.