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Donald Trump diz que a ex-assessora é “um cão!”

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Erik S. Lesser / EPA

Omarosa Manigault Newman, ex-diretora de comunicação do gabinete de Relações Institucionais da Casa Branca

O Presidente Donald Trump aumentou hoje o tom do seu confronto com a sua antiga assessora Omarosa Manigault Newman, que chegou a ser a afro-americana com estatuto mais elevado na Casa Branca, designando-a como “esse cão!”.

A pressão sobre Omarosa Manigault Newman intensificou-se hoje, com a organização da campanha eleitoral de Trump a apresentar uma queixa por violação de um alegado acordo de confidencialidade.

Trump distribuiu hoje de manhã uma série de mensagens insultuosas via rede social Twitter, enquanto Manigault Newman continuou a promover o seu livro, revelador dos seus dias na Casa Branca e a divulgar registos sonoros secretos.

No seu livro, intitulado Unhinged” (“Desvairado”), Manigault Newman, entre outros pontos, acusa Trump de se comportar “como um cão sem trela” nos eventos que acontecem na estância de recreio que possui em Mar-a-Lago, na Florida, quando a esposa, Melania Trump, está ausente, e de ser “racista, intolerante e misógino”.

Entre as acusações está também a denúncia de utilização por Trump de linguagem racista durante o programa televisivo “O Aprendiz”, que Trump animava.

Nas suas mensagens matinais de hoje, Trump diz que “quando se dá a uma louca, uma crápula chorona, uma possibilidade e um emprego na Casa Branca, acho que isso não vai funcionar. O General Kelly fez um bom trabalho ao despedir rapidamente esse cão!”. John Kelly é o chefe de gabinete da Casa Branca.

Apesar de Trump divulgar insultos quase com um ritmo diário, chamar “cão” a Manigault Newman é um evento espantoso de uma série que realçou várias questões delicadas na Casa Branca de Trump, como a falta de diversidade racial entre os principais dirigentes, as questões de segurança – Manigault Newman gravou o seu despedimento na Sala de Emergência da Casa Branca – e as medidas extraordinárias, como os acordos de não-divulgação para manter os ex-assessores calados.

Trump também negou que tenha alguma vez usado a designada N-word, expressão que se refere à palavra ‘nigger’, usada de forma insultuosa e depreciativa para referir pessoas de pele negra. Manigault Newman ouviu que existe uma gravação de Trump a usar a ‘N-word’.

Nas suas mensagens no Twitter, Donald Trump diz que recebeu uma chamada do produtor de “O Aprendiz”. Com base nesse telefonema, o presidente norte-americano garantiu que “NÃO HÁ GRAVAÇÕES de ‘O Aprendiz’ onde eu utilizo essa terrível e chocante palavra, como me atribuiu a ‘Louca e Transtornada Omarosa’”.

Manigault Newman, antiga ligação da Casa Branca para os votantes negros, escreveu nas suas memórias que ouviu que estas gravações existem. No domingo, afirmou que tinha ouvido uma depois de o livro estar terminado.

Terça-feira, na estação televisiva CBS, Manigault Newman divulgou outra gravação que garantiu ser relativa a uma discussão entre membros da campanha eleitoral de Trump sobre a existência de uma alegada gravação de Trump a usar aquele calão racista. A Casa Branca e a campanha não responderam a um pedido de comentários.

Uma das pessoas alegadamente gravada é Katrina Pierson, uma consultora da campanha para a reeleição de Trump, que foi a porta-voz deste na campanha de 2016.

Pierson assegurou que nunca ouviu Trump usar este tipo de linguagem e afirmou na cadeia televisiva Fox que a única pessoa que tinha ouvido a falar da existência das gravações tinha sido Manigault Newman. Na gravação parece ouvir-se Pierson a dizer de Trump: “Ele disse-o. Ele está embaraçado”.

Questionada sobre se o livro está apoiado por mensagens de correio eletrónico ou gravações, Manigault Newman disse na CBS que todas as citações no livro “podem ser verificadas e corroboradas e estão bem documentadas”, sugerindo que pode ter mais informações para revelar.

// Lusa

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