Vem aí uma proposta “à Padrinho” para desbloquear as negociações do OE2025.
O primeiro-ministro e líder do PSD afirmou esta terça-feira que irá apresentar “aos partidos e em particular ao PS” uma proposta que classificou de irrecusável, à luz de princípios como o interesse nacional, a boa fé ou a responsabilidade.
“A partir daí, cada um assume as suas responsabilidades”, avisou Luís Montenegro, na sessão de encerramento das jornadas parlamentares conjuntas PSD/CDS-PP centradas no Orçamento do Estado para 2025.
“Comprometi-me e vou cumprir”, garantiu o líder do Executivo, que exigiu “lealdade” a Pedro Nuno Santos com vista a desbloquear o acordo para o Orçamento de Estado para 2025 (OE2025).
“Para termos Orçamento em Portugal é preciso razoabilidade, compreensão, o respeito pelos programas de Governo e pela vontade do povo. Só não vai haver Orçamento se houver uma falha na boa fé negocial. Se não houver sentido de responsabilidade e não houver lealdade.”
O primeiro-ministro garantiu ainda que não vai acolher todas as propostas socialistas.
“Vamos ser honestos uns com os outros. Não, não há margem orçamental para que o Governo possa executar 80% dessa margem à conta das principais ideias da oposição. E não, não insistam em querer dizer que este Governo não é dialogante e que o primeiro-ministro é arrogante.”
E lembrou: as propostas de PS e Chega já têm um impacto de 800 milhões de euros no Orçamento.
“A margem orçamental verdadeira é um pouco superior a 2 mil milhões de euros. Desses 2 mil milhões de euros, as oposições [PS e Chega] já decidiram em 2024 o suficiente para consumir cerca de 8oo milhões de euros. Em cima disso, o PS quis contribuir com as suas propostas e exige mais 900 milhões de euros de despesa. O que significa que o PS quer utilizar cerca de 80% da margem orçamental que o Governo tem à sua disposição. Alguém no país acha isto razoável?”, questionou Montenegro.
O dirigente socialista Marcos Perestrello considerou que as declarações do primeiro-ministro são “de quem não está interessado” em chegar a acordo com o PS para aprovar o Orçamento do Estado, mostrando-se “muito preocupado” com esta postura.
“Vamos ficando preocupados, de dia para dia, com estes sinais negativos que vêm do lado do Governo. Nós, quando queremos fazer um acordo com alguém, não tratamos mal a pessoa com quem queremos fazer um acordo”, lamentou, em declarações à agência Lusa, o deputado e membro do Secretariado Nacional do PS.
O primeiro-ministro e o secretário-geral do PS voltam a reunir-se na quinta-feira, ao final do dia, no âmbito das negociações do Orçamento do Estado para 2025, disse à Lusa fonte do gabinete de Luís Montenegro.
A reunião vai realizar-se na residência oficial do primeiro-ministro ao final do dia, já depois do debate quinzenal na Assembleia da República, com arranque às 15:00.
“Dom Montenegro” é a nova versao de Con de Dracula’ Pelo menos dos Contribuintes, do Estado de Direito é sem duvida.