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Astrónomos descobrem dois “Saturnos quentes” (e estão a escaldar)

ESO

Os astrónomos acabaram de encontrar um par de planetas semelhantes a Saturno que emitem muito calor. Embora ainda se aguarde a confirmação oficial, os investigadores dizem que estão virtualmente certos de que ambos estão por aí.

Os dois mundos orbitam a estrela TOI-216 na constelação de Dorado, a 580 anos-luz de distância. Isto é realmente muito longe da Terra.

“Estamos muito, muito confiantes de que este é um sistema planetário real“, disse David Kipping, professor assistente de astronomia da Universidade de Columbia e principal autor do estudo.

Os cientistas fizeram a descoberta depois de analisar dados do TESS, o telescópio espacial lançado pela NASA em abril do ano passado.

O planeta exterior – TOI-216c – tem o tamanho de Júpiter ou Saturno, os dois maiores planetas do nosso Sistema Solar. O planeta interior – TOI-216b – é um pouco menor, “entre o tamanho de Saturno e Neptuno”, segundo Kipping.

A estrela que orbitam é semelhante ao nosso Sol, embora seja cerca de 15% mais pequena e mais fria. Embora os cientistas estejam a chamar a estes mundos de “Saturno quente”, há uma ressalva. “Quente” não significa agradável, temperado ou parecido com a Terra. O planeta interior regista mais de 315ºC e o exterior 226ºC.

Outros mundos, mais hospitaleiros, podem “esconder-se” nas proximidades. O sistema poderia ser um lugar agradável para exoluas. Isto é particularmente intrigante para Kipping. Os dois Saturnos “são exatamente o tipo de planetas” para ter satélites, garantiu.

De facto, no nosso Sistema Solar, os grandes planetas têm muitas luas. Como Saturno, com 62. Além disso, os mundos orbitam a sua estrela numa “ressonância dois-para-um”. O TOI-216b completa a rotação sobre si próprio a cada 17 dias. O TOI-216c precisa de 34, exatamente o dobro do tempo.

Essa ressonância é um indício de que o sistema é relativamente sereno, referiu Kipping, não um “com uma história violenta” – o que é um bom cenário é bom para as luas. “Se há luas em torno destas coisas, quase certamente teriam sobrevivido até hoje”.

A TESS, que vê 85% do céu, está a apontar para as estrelas mais próximas e mais brilhantes. A sonda já identificou 365 objetos de interesse. Com isso, a próxima geração de telescópios espaciais – como o James Webb, da NASA – terá alvos viáveis.

As novas missões tentarão discernir os detalhes dos mundos da TESS e medirão atmosferas e procurarão satélites – e até sinais de vida alienígena. “Estes são os planetas que vamos estudar nos próximos 100 anos”.

ZAP // Forbes

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