Doença X: vacina para a próxima pandemia já está a ser desenvolvida

2

ZAP // NIAID / Wikipedia; Rawpixel

Cientistas do Reino Unido começaram a desenvolver vacinas contra uma nova pandemia, causada pela ainda desconhecida “Doença X”.

Que vírus irá desencadear uma nova pandemia? Não se sabe, mas um grupo de cerca de 200 cientistas britânicos já está a desenvolver vacinas, “pelo sim, pelo não”.

Foi feita uma lista de potenciais vírus animais capazes de infetar seres humanos e, consequentemente, desencadear uma pandemia.

De acordo a Sky News, cientistas do complexo laboratorial de Porton Down, em Wiltshire, da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA), estão a monitorizar vários patógenos de alto risco, incluindo gripe das aves, mpox e hantavírus (uma doença transmitida por roedores).

“Estamos a tentar garantir que nos preparemos para que, se tivermos uma nova Doença X, um novo patógeno, já tenhamos feito tanto trabalho prévio quanto possível. Esperamos poder prevenir uma pandemia”, explicou Dame Jenny Harries, chefe da UKHSA.

“Se não conseguirmos e tivermos que responder, já começámos a desenvolver vacinas e terapêuticas para combatê-la”, acrescentou a professora.

Os cientistas acreditam que, atualmente, a gripe das aves é a maior ameaça de pandemia. Nos últimos dois meses, no Reino Unido, já morreram, pelo menos, 30 mil aves marinhas, devido a uma estirpe mais virulenta que se tem vindo a propagar.

A UKHSA começou a monitorizar pessoas em contacto próximo com aves, caso a doença possa ser transmitida sem causar sintomas. Quatro pessoas que trabalham em aviários no Reino Unido testaram positivo, mas sem graves repercussões.

O objetivo passa agora por desenvolver uma vacina em 100 dias, depois de um novo patógeno ter sido reconhecido como tendo potencial pandémico.

“Historicamente, isso seria impensável. Normalmente, demoraria cinco ou dez anos. Para a covid, demorou cerca de 360 dias. Portanto, esta é uma ambição realmente alta. Mas, para alguns vírus, é definitivamente possível“, disse Dame Jenny Harries.

A criação da primeira vacina contra a febre hemorrágica da Crimeia-Congo – uma doença transmitida por carraças e com uma taxa de mortalidade de 30% – foi uma das primeiras conquistas da UKHSA.

As mudanças climáticas e populacionais fazem com que uma nova pandemia não seja uma realidade assim tão distante e “descartável”, admite Dame Jenny Harries.

“Estamos a ver um risco crescente globalmente, devido a coisas como urbanização, onde se pode ter a transmissão de vírus para humanos [que vivem próximos], como vimos com a gripe aviária. E parte é devido às mudanças climáticas, onde coisas como carraças e mosquitos se deslocam para áreas que antes eram frias e agora estão a aquecer. É um risco crescente, mas podemos usar ativamente a ciência para prevenir o impacto humano”, advertiu.

Miguel Esteves, ZAP //

2 Comments

  1. Começem pelas doenças que matam milhares em África. Assim provam o conceito efetivamente erradicando doenças como apregam ‘cientificamente’. Bora, façam e provem isso.
    Mas cá no meu braço não quero experiências. Façam nos vossos filhos!

  2. Isso é preocupante. Se a vacina está a ser desenvolvida…. significa que a doença ou já está desenvolvida, ou está a ser desenvolvida em paralelo. Não venham com tretas.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.