Doença que atinge as crianças é rara mas aguda. Se não for detectada cedo, pode provocar problemas cardíacos.
No meio de pesquisas sobre o passado dos Jogos Olímpicos, neste caso no basquetebol, fomos espreitar a carreira de Allen Iverson.
Um dos melhores basquetebolistas da sua geração, e medalha de bronze em Atenas 2004, é logo associado aos Philadelphia 76ers.
O ex-basquetebolista jogou por essa equipa da NBA entre 1996 e 2006, tendo voltado mais tarde, em 2009 – mas só durante dois meses.
Chegou em Dezembro de 2009 mas em Fevereiro de 2010 deixou o clube por causa da sua filha.
A filha, Messiah, tinha apenas 4 anos e um problema de saúde “muito sério”, que não revelava o que era.
Era a doença de Kawasaki, soube-se anos mais tarde.
Essa doença é uma inflamação dos vasos sanguíneos de pequena e média dimensão. É rara mas aguda, que atinge as crianças, em 85% dos casos com menos de 5 anos.
A CUF explica que uma das consequências mais graves desta doença é inflamação e lesão das artérias coronárias – as que transportam o sangue que alimenta o coração.
É uma das principais causas de doença cardíaca adquirida na criança, mas é tratável caso seja identificada precocemente.
Para detectar, é preciso estar atento a alguns sintomas: febre alta, diária, difícil de ceder ao antipirético – durante mais de 5 dias.
Além disso, aparecem erupção cutânea, rosada, maculo papular, mais comum entre o peito e as pernas e na zona genital e das virilhas. Na segunda semana pode aparecer descamação da pele das mãos e dos pés.
Também surgem vermelhidão e inchaço do dorso das mãos e planta dos pés, olhos vermelhos sem exsudado, gânglio cervical, no pescoço, com mais de 1,5 cm, inflamação da boca e lábio e língua vermelha.
Mais tarde poderão aparecer ainda dor nas articulações, dores abdominais, problemas gastrointestinais (diarreia e vómitos) e irritabilidade.
Pode causar miocardite e aneurismas coronários. Problemas cardíacos que surgem sobretudo se não for iniciado tratamento até ao 10.º dia de doença: a probabilidade de 5% passa para 20% ou 30%.
A palavra “misteriosa” no título está relacionada com a origem: ainda não foi possível determinar a causa desta doença. A doença apareceu no Japão mas pode estar associada a vários factores: vírus, bactérias ou químicos. E é mais comum no inverno e na primavera.
A doença de Kawasaki não é contagiosa. E não tem um diagnóstico específico; é clínico, pelo somatório de sintomas e sinais que a criança apresenta.
O tratamento da doença passa por internamento hospitalar.
A maioria das crianças não tem problemas futuros. As complicações cardíacas referidas são as mais temidas.
Há casos de Kawasaki atípica com diagnósticos mais difíceis e, por conseguinte, mais complicações.