Documentos da NATO roubados por piratas informáticos estão à venda online. Também haverá documentos com informações militares sobre Portugal.
Documentos secretos da NATO foram colocados à venda na internet através do Telegram. Os 60 gigabytes de informação confidencial estão a ser vendidos por um grupo de brokers: pessoas que intermedeiam o negócio em nome de terceiros — neste caso, piratas informáticos.
Datados de 2017 a 2022, são “documentos verdadeiros” e provêm de “várias fugas de informação” de que a NATO foi sendo alvo nos últimos anos, afiança uma fonte das forças e serviços de segurança, citada pelo Expresso.
Entre os ficheiros consultados pelo semanário encontram-se projetos para sistemas de mísseis de defesa aérea e sistemas de proteção costeira da MBDA Missile Systems — uma joint-venture entre Airbus, BAE Systems e Leonardo.
MBDA Missile Systems foi alvo de um ataque informático em agosto deste ano, com os hackers a terem roubado dados sobre armas usadas por aliados da NATO na guerra da Ucrânia.
A MBDA explicou que embora alguns dos documentos tivessem o rótulo de “informações proprietárias que não devem ser divulgadas ou reproduzidas”, não são confidenciais.
Na altura, os piratas informáticos estavam a tentar vender muita da informação roubada por 15 bitcoins — aproximadamente 300 mil euros.
O mesmo broker garantiu ao Expresso que tinha em sua posse informações militares sobre Portugal, mas salientou que só revelaria o seu conteúdo em troca de uma contrapartida monetária.
No entanto, uma fonte ouvida pelo jornal garantiu que este grupo não detém qualquer tipo de documentos roubados no Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).
“Podemos assegurar que estes documentos militares do EMGFA não se encontram à venda nesse canal do Telegram”, garante ainda outra fonte próxima da investigação.