Jeroen Hoekendijk / Wageningen University and Research

Focas em distanciamento social
E sim, para prevenir doenças. Uma surpresa para os próprios investigadores que realizaram este estudo.
A partir de Março de 2020, e durante um período bem longo, começámos a ouvir todos os dias a expressão “distanciamento social”.
Na verdade poderia ser “distanciamento físico” porque a indicação era clara: afastar fisicamente das outras pessoas, para diminuir a probabilidade de contágio do coronavírus.
As focas já faziam isso. Há muito tempo. Não foi a COVID-19 a originar esta prática, como se calcula.
O estudo foi publicado na semana passada, após uma análise do Royal Netherlands Institute for Sea Research e do Wageningen University and Research.
Os investigadores estudaram o Mar Frísio, no nordeste dos Países Baixos, medindo a distância entre as focas e o seu vizinho mais próximo.
Verificaram que a foca-cinzenta (Halichoerus grypus) e a foca-comum (Phoca vitulina) fica longe das outras “amigas” daquela zona, descreve o canal NH Nieuws.
A foca-comum fica mais longe do que a foca-cinzenta porque é mais susceptível a doenças, é uma espécie menos resistente.
Jeroen Hoekendijk, um dos autores do estudo, relacionou este comportamento com um vírus, a cinomose, que entre 1988 e 2002 e matou muitas focas-comum. Quase nenhuma foca-cinzenta morreu.
Ou seja, este comportamento aparenta ser uma resposta evolutiva: aprenderam com o que aconteceu naquela altura e, agora, afastam-se mais das outras para não ficarem doentes.
Esta rotina surpreendeu os próprios investigadores: “Tínhamos noção de que as focas ficavam longe umas das outras, mas saber que elas realmente praticam o distanciamento social é uma surpresa”, admitiu Hoekendijk.