Os artefactos medievais, datados dos séculos XII e XIII, podem ter servido como ferramentas, objetos rituais ou até como instrumentos avançados de navegação.
A pirofilita, uma pedra com tons que variam do rosa claro ao roxo, foi bastante documentada na região de Ovruch, na Ucrânia. A sua maleabilidade tornou-a ideal para a criação de vários objetos, nomeadamente pedras de amolar, moldes, ícones e os discos em questão que, decorados com anéis concêntricos e linhas radiais, levantaram dúvidas sobre a sua função original.
Depois de várias medições e análise de superfície, os arqueólogos identificaram oito discos semelhantes em locais arqueológicos importantes como Kiev, Listven e Liubech.
Datam dos séculos XII e XIII, um período marcado por intensas trocas culturais entre os habitantes de Rus e comerciantes escandinavos, que frequentavam a rota fluvial “Varangian to the Greeks”.
Há várias teorias sobre a sua finalidade: alguns especialistas consideram tratar-se de calendários, com base nas divisões radiais que poderiam representar os meses do ano, enquanto outros sugerem que podem ter sido afiadores de agulhas, pedras de polimento ou até partes de brocas manuais usadas na fabricação de joias.
No entanto, uma abordagem mais recente propõe que pelo menos alguns destes discos podem ter sido bússolas solares, instrumentos usados pelos navegadores vikings para se orientarem durante as suas viagens.
Segundo o LBV, a hipótese é baseada na semelhança entre os discos de pirofilita e outros objetos identificados como bússolas em regiões como a Gronelândia e o Mar Báltico.
As bússolas solares vikings combinavam um gnómon (uma vara que projeta uma sombra) e um mostrador com marcas específicas, que permitiam aos navegadores determinar a direção e a latitude com base na posição do sol.
Ainda assim, apesar das semelhanças, os discos de pirofilita não têm certas características típicas das bússolas solares, como as linhas gnomónicas permanentes que indicam os equinócios e os solstícios.
Esta ausência levou os investigadores a considerar a possibilidade de essas marcas terem sido aplicadas temporariamente com giz ou carvão.