Diogo Dalot foi a pessoa mais influente no futebol português em 2024

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Diogo Dalot, Manchester United

Um falhanço de Diogo Dalot mudou a história do futebol português em menos de dois meses. Mas, no final, o efeito borboleta de Dalot fez cumprir sonhos e tirou um senhor do desemprego.

Na manhã de 27 de outubro (um domingo), estava tudo sereno no futebol português.

O Sporting, sem surpresa, estava em 1.º lugar do campeonato. Na noite anterior, os leões até tinham goleado (0-3) o Famalicão. Ruben Amorim era o maior e era-se muito feliz em Alvalade.

Parecia que esse estado de felicidade leonino estava para durar… mas, por volta das 14h30, no Estádio Olímpico de Londres, sem que nada o fizesse prever, Diogo Dalot mudou o destino do futebol português.

West Ham e Manchester United defrontavam-se para a jornada 9 da Premier League. Apesar da conquista da supertaça, no início da época, os maus resultados sucessivos iam perseguindo os red devills e deixando Erik ten Hag com a “cabeça a prémio”.

Ao minuto 32, com a baliza toda aberta e ainda com 0-0 no marcador, Diogo Dalot rematou para fora, e entrou diretamente para a lista dos falhanços do ano.

Parecia que tudo corria mal ao treinador holandês e, em Old Trafford desesperava-se por uma mudança rápida. O Manchester acabou por perder esse jogo (2-1) e os adeptos do United culparam o lateral português, mas, no fim, agradeceram-lhe: sim, Ten Hag foi despedido.

Em Inglaterra, dizem que Dalot “tramou” Ten Hag – mas não só…

Se o português tivesse marcado aquele golo, será que Ten Hag teria permanecido no comando técnico do United? E por quanto tempo? É impossível saber. A única coisa que se sabe é que Ruben Amorim foi o escolhido para arrumar Old Trafford de vez, desde a saída de Sir Alex Ferguson.

Mas, antes de ir embora, o técnico português “arrumou” o Estrela da Amadora, o Manchester City (para mostrar para o que ia) e o Braga. Ruben Amorim deixou o Sporting em 1.º lugar no campeonato, invicto na Liga dos Campeões, e com uma super-equipa – que, como o próprio dizia, “jogava de olhos fechados”.

Só depois, Ruben fez malas e voou para Manchester… mas, inesperadamente, a felicidade em Alvalade também ter voado com ele.

João Pereira assumiu o comando técnico do Sporting. O primeiro jogo correu bem. 6-0 para a Taça contra o Amarante. A partir daí, foi sempre a descer. Nos sete jogos que se seguiram, o Sporting perdeu quatro, empatou um e ganhou dois. Afinal, aquela super-equipa não jogava de “olhos fechados”.

De repente, o Sporting está em 2.º lugar, tem duas derrotas na Champions, quase foi eliminado da Taça e até Viktor Gyökeres anda a marcar menos golos.

O antigo lateral direito da seleção nacional acabou por ser despedido esta quarta-feira, dia de Natal, embora não tenha exigido “nem um cêntimo ao clube”.

O escolhido para a sucessão foi Rui Borges, que estava a meio de uma época histórica no Vitória Sport Clube. Apesar do 6.º lugar no campeonato, os vimaranenses terminaram a primeira fase da Conference League invictos, e em 2.º lugar (só atrás do Chelsea).

Nas redes sociais, os adeptos do Vitória de Guimarães, chateados (mas com humor), culpam Diogo Dalot pela saída do treinador que os estava a levar à glória na Europa.

Especulava-se que o substituto de Rui Borges no Vitória pudesse ser Luís Pinto que está a fazer uma época igualmente histórica no Tondela (sem nenhuma derrota na II Liga, até ao momento).

Os internautas já diziam que Diogo Dalot iria “destruir” três projetos desportivos em menos de dois meses.

No entanto, a escolha acabou por recair em Daniel Sousa, que estava sem clube – e, assim, não se estragou nenhum projeto em curso.

Bem vistas as coisas, Diogo Dalot acabou por ajudar um senhor que tinha o sonho de treinar o Manchester United; dois que tinham o sonho de treinar o Sporting; e, por fim, um que estava no desemprego. Por isso, talvez tenha sido mesmo a pessoa mais influente no futebol português em 2024 (e um herói!).

Miguel Esteves, ZAP //

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