Uma equipa de arqueólogos reconstruiu fragmentos fósseis encontrados em 2019 no sul da fronteira entre os EUA e o Canadá. Só depois de juntarem o crânio é que se aperceberam de que o espécime era um novo tipo de dinossauro.
Tinha cerca de 7 metros de comprimento e pesava 5 toneladas. Usava um bico na parte da frente da boca para se alimentar da vegetação rasteira, como fetos e plantas com flor.
E era dono de um enorme par de chifres, que adornavam voluptuosamente o seu crânio — motivo pelo qual os cientistas lhe deram o nome de Lokiceratops rangiformis, em honra de Loki, o traiçoeiro deus da mitologia nórdica.
Segundo o Phys.org, este é o maior dinossauro com chifres alguma vez encontrado na América do Norte.
“Este novo dinossauro ultrapassa os limites dos ceratopsianos, que possuem um dos maiores chifres de folhos alguma vez vistos”, afirma o coautor do estudo, Joseph Sertich.
“Estes ornamentos cranianos são uma das chaves para desvendar a diversidade dos dinossauros com chifres e demonstram que a seleção evolutiva para exibições vistosas contribuiu para a riqueza dos ecossistemas do Cretácico”.
Num novo estudo, publicado esta quinta-feira no PeerJ, a equipa de cientistas comparou os cifres destes animais com as penas das aves. As aves utilizam as cores para diferenciar a sua espécie de outras aves semelhantes.
“Acreditamos que os chifres destes dinossauros sejam semelhantes ao que as aves fazem com as penas. Usam-nos para seleção de parceiros ou reconhecimento de espécies“, realça Sertich.
O Lokiceratops foi escavado na mesma camada de rocha que quatro outras espécies de dinossauros, indicando que cinco dinossauros diferentes viveram lado a lado há 78 milhões de anos.
“É uma diversidade inédita encontrar cinco a viverem juntas, semelhante ao que se vê atualmente nas planícies da África Oriental com diferentes ungulados com chifres”, realça Sertich.
O estudo mostra que a diversidade dos dinossauros tem sido subestimada e apresenta a árvore genealógica mais completa dos dinossauros com chifres até à data.
“O Lokiceratops ajuda a compreender que ainda há um grande caminho de busca de modo a perceber a diversidade e as relações dentro da árvore genealógica dos dinossauros com chifres”, conclui o primeiro autor do estudo, Mark Loewen.