Dinamarca pressiona Qatar. Em vez de patrocínios, terá mensagens humanitárias nas camisolas

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Olaf Kraak / EPA / POOL

A seleção da Dinamarca vai substituir os patrocínios nos equipamentos por mensagens a favor dos direitos humanos no Qatar, país que irá visitar para disputar o Mundial 2022.

O objetivo, lê-se no comunicado da Federação da Dinamarca, é colocar pressão no Governo do Qatar em prol das condições de vida e de trabalho dos migrantes, e não só, em torno do evento, num país há muito acusado de manter uma situação desumana durante a construção de infraestruturas para o evento do próximo ano.

Além dos equipamentos, nos quais os dois patrocinadores abdicaram de aparecer, em favor de mensagens humanitárias, também as viagens para o Qatar para parceiros e equipas técnicas não essenciais serão cortadas, para fazer com que esta participação seja “sobre desporto e não sobre a promoção dos eventos dos organizadores”.

“A Federação dinamarquesa há muito critica este Mundial no Qatar, mas queremos aumentar os esforços e o diálogo, aproveitando a qualificação para reivindicar mais mudanças naquele país, continuando a insistir com a UEFA e o Governo local”, declarou o diretor-executivo da Federação, Jakob Jensen, citado na mesma nota.

Além de manter uma colaboração com a Amnistia Internacional e estar atenta aos direitos laborais no hotel que acabar por escolher para se concentrar durante o evento do próximo ano, a Dinamarca admite ainda poder tomar “novas iniciativas para que a situação humanitária melhore antes da fase final”.

Como recorda o site Tribuna Expresso, já em março, no jogo de qualificação para o Mundial disputado na Áustria, os jogadores da seleção dinamarquesa utilizaram camisolas a dizer “o futebol apoia a mudança”.

E o selecionador Kasper Hjulmand também já abordou esta questão, dizendo que a sua Federação gostaria que outras se juntassem ao debate sobre os direitos humanos no Qatar, para haver “uma voz mais forte” sobre o tema, cita o site.

Este ano, uma investigação do jornal britânico The Guardian mostrou que mais de 6500 trabalhadores da Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka morreram no Qatar desde dezembro de 2010, quando este país se preparava para receber o Mundial.

ZAP // Lusa

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