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Estudo mostra como diferentes espécies de polvos coexistem no mesmo ambiente

Existem mais de 300 espécies de polvos a viver em diversos habitats que abrangem recifes de coral, leitos de ervas marinhas, planícies de areia e regiões de gelo polar. Mas de que forma cefalópodes tão diferentes coexistem no mesmo meio?

A ecologia comportamental dos polvos que partilham habitats é importante para compreender o papel que desempenham na estrutura da comunidade e biodiversidade de um ecossistema.

Um equipa de investigadores da Florida Atlantic University conduziu o primeiro estudo, publicado Journal of Experimental Marine Biology and Ecology, de longo prazo numa lagoa do sul da Florida, onde habitam duas espécies diferentes de polvos.

O objetivo do estudo foi explorar como o polvo comum – um polvo de tamanho médio que é amplamente distribuído nos mares tropicais e temperados – e o polvo longarm – uma pequena espécie de polvo encontrada no Oceano Atlântico, Mar Mediterrâneo e nas Caraíbas – coexistem no mesmo meio.

O trabalho de campo do estudo incluiu observações diretas através de mergulho autónomo e gravações de vídeo ativas e remotas, informa o Phys.

Os investigadores descobriram que o polvo comum era uma espécie sobretudo noturna, e consumia muitos bivalves, enquanto que o polvo longarm era uma espécie estritamente diurna, e que consumia exclusivamente crustáceos.

Ambas as espécies mostraram uma tática de exploração de recursos alimentares dominada por busca especulativa de fundo, que é guiada por observação visual.

A coexistência entre as duas espécies resulta principalmente de diferenças no uso de recursos, sobretudo no que diz respeito ao habitat e à dieta.

Desta forma, a equipa percebeu que a incorporação de hábitos comportamentais específicos de cada espécie é uma ferramenta fundamental para a compreensão da ecologia e da coexistência dos polvos.

“Estudos adicionais de ecologia comportamental podem ajudar-nos a entender melhor os requisitos ambientais necessários para cefalópodes, um grupo importante em muitas cadeias alimentares marinhas”, destacou Chelsea O. Bennice, uma das autoras do estudo.

ZAP //

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