Um estudo realizado por investigadores italianos mostrou que manter uma alimentação saudável favorece a fertilidade em ambos os sexos. E ao que parece, o consumo de drogas recreativas também.
Para chegar a esta conclusão, os cientistas seleccionaram 1134 pessoas, que preencheram um questionário sobre hábitos alimentares e estilo de vida.
Do total de inquiridos, um terço dos homens e mulheres foram classificados como inférteis, já que estavam a tentar engravidar há um ano, mas sem sucesso. Os restantes tinham tido um filho recentemente.
Os resultados mostraram diferenças claras entre as dietas dos dois grupos. O consumo regular de frutas, vegetais e legumes foi associado com níveis mais altos de fertilidade.
Não fumar e o baixo consumo de álcool também revelaram ser factores determinantes para a concepção.
Cerca de 44% dos homens férteis comiam frutas e legumes diariamente, em comparação com apenas 34% daqueles com dificuldades de concepção.
Os voluntários que tinham acabado de ter filhos também comiam mais ovos, enquanto as mulheres comiam mais feijões, vegetais e frutas, em comparação com aquelas que ainda estavam a tentar engravidar.
Andrea Salonia, investigador do Intituto de Pesquisa Urológica do hospital San Raffaele, em Milão, e principal autor do estudo, classificou estas diferenças como marcantes.
De acordo com a cientista, o consumo de frutas e legumes pode ser particularmente positivo para a fertilidade masculina, porque estes alimentos possuem compostos considerados protectores contra danos ao esperma.
Já alguns minerais como o zinco, encontrado em feijões e vegetais, e o selénio, presente no ovo, ajudam a manter os níveis de testosterona altos.
Para as mulheres, os feijões, as nozes e as leguminosas são uma rica fonte de ferro, ácido fólico e vitamina B12. Estas substâncias desempenham um papel importante para o desenvolvimento do óvulo e também na ovulação.
Eugenio Ventimiglia, coautor do estudo, afirmou que pessoas que comem muitas frutas e legumes tendem a ingerir menos alimentos gordurosos e isso favorece um corpo mais saudável.
Além disso, os resultados mostraram que as mulheres aderem melhor à uma alimentação saudável, em comparação com os homens. “Quanto mais saudável os pacientes, maiores são as hipóteses de engravidar”, disse o investigador.
Uma das mais surpreendentes correlações identificadas pela equipa do professor Salonia parece apontar para uma relação entre a fertilidade e o uso de drogas recreativas, definidas no estudo como marijuana, cocaína e LSD.
Segundo os resultados do estudo, a percentagem de inquiridos que declarou consumir ou ter consumido drogas recreativas é superior nos homens férteis (68%) do que nos inférteis (apenas 57%)
Esta relação mantém-se no caso das mulheres. 84% das inquiridas que tinham sido mães declararam ter consumido drogas, face a 78% das mulheres inférteis.
O estudo foi apresentado pelo professor Salonia e seus colegas durante o encontro anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, a decorrer em Lisboa entre 14 e 17 de Junho.
ZAP / Move
Notícia paga pelos traficantes de droga….