A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda a quem viaja para os estados brasileiros de São Paulo, Rio de Janeiro ou Minas Gerais a vacinação contra a febre amarela que, no último ano, já provocou pelo menos 36 mortes.
Numa nota publicada no seu site, a Direção-Geral da Saúde (DGS) diz que uma dose única da vacina é suficiente para conferir imunidade sustentada e proteção para toda a vida e deve ser tomada pelo menos 10 dias antes da partida.
Segundo a DGS, quem viaja para o Brasil deve ainda marcar uma Consulta do Viajante pelo menos quatro semanas antes da partida.
Além disso, são recomendadas outras medidas de proteção como a aplicação de repelentes, sempre depois do protetor solar, o uso de redes mosquiteiras nos carrinhos de bebé, alcofas e nas camas (de criança e adultos), o uso de telas de rede nas janelas, a opção por alojamentos com ar condicionado e a utilização de vestuário largo que cubra a maior área corpora possível e de calçado fechado.
A DGS pede ainda aos viajantes que, até 12 dias após o regresso, apresentem sintomas sugestivos da doença (febre, calafrios, dores de cabeça intensas, dores musculares, fadiga, náuseas e vómitos), contactem a linha SNS 24 (808 24 24 24) ou consultem o seu médico, informando-o sobre a viagem.
De acordo com os últimos dados divulgados pelas autoridades brasileiras, só no Estado de São Paulo o número de casos confirmados da doença subiu de 40 para 81 no último ano.
Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, todos localizados na região sudeste do país, concentram o maior número de casos da doença e já anunciaram grandes campanhas de vacinação, que devem começar na próxima semana.
Segundo o último relatório da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o surto de febre amarela no Brasil, que entre dezembro de 2016 e agosto de 2017 causou 261 mortes entre 777 casos, tem vindo a agravar-se devido a falhas nas ações preventivas.
O relatório “Febre Amarela no Brasil – um estudo de caso”, divulgado na semana passada, aponta falhas na distribuição de vacinas dentro dos diferentes sistemas de saúde das cidades atingidas pela doença desde 2016 e que facilitaram a expansão na região sudeste do país, destacando principalmente a desigualdade na cobertura de vacinação da população mais exposta à transmissão do vírus.
Apesar do aumento do número de mortes causadas pela doença, o Ministério da Saúde ainda não reavaliou o nível de alerta sobre a circulação da infeção, que deixou de ser considerada emergência de saúde em agosto do ano passado.
// Lusa