Dez militares brasileiros detidos após operação que mata motorista inocente

 

O Exército brasileiro informou na segunda-feira que deteve 10 soldados e os acusou de atirar num carro onde seguia uma família, no Rio de Janeiro, matando o motorista e ferindo outras duas pessoas.

Segundo avançou a Reuters, o incidente destacou os riscos de uma crescente militarização da segurança pública no Brasil, onde a violência provocada pelas guerras entre gangues, e destas com as forças da autoridade, causou 64 mil homicídios em 2017.

Nos últimos anos, o país passou a confiar mais nas forças armadas para manter “a lei e ordem” que as forças policiais estaduais – “mal treinadas e com poucos recursos financeiros” – não o conseguiam fazer, indicou a agência noticiosa.

De acordo com a TV Globo, os soldados dispararam dezenas de tiros no carro onde seguia a família, no domingo à noite, depois de confundir o veículo com outro que estava a ser utilizado por supostos membros de um gangue.

Em comunicado, o Comando Militar do Leste disse que 10 dos 12 militares envolvidos no incidente foram presos, devido a inconsistências entre as suas declarações iniciais e os factos que mais tarde vieram à tona. Os mesmos foram acusados ​​por não cumprirem as regras e o caso será ouvido pela justiça militar.

Durante grande parte do ano passado, os militares brasileiros assumiram a segurança pública no estado do Rio de Janeiro.

O número de homicídios em 2018 caiu 7% em relação ao ano anterior, para 4.950, segundo dados do Estado. Ainda assim, o número de mortos em confrontos com as forças da autoridade aumentou 36% no mesmo período.

O presidente Jair Bolsonaro, ex-capitão do exército que foi deputado federal do Rio de Janeiro durante quase três décadas, assumiu o cargo em 01 de janeiro, prometendo uma linha dura para enfrentar as gangues violentas do país.

Na nota informativa, o Comando Militar do Leste repudiou os abusos cometidos por militares e reiterou o “compromisso do exército com a transparência e os parâmetros legais impostos pelo império da lei ao uso legítimo da força pelos seus membros”.

TP, ZAP //

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