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Greve da Função Pública paralisa 90% das escolas e hospitais

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A greve da Função Pública está a ter uma adesão “em termos gerais de 75%”, enquanto nos setores da Saúde e da Educação os números chegam aos 90%, de acordo com dados da coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Função Pública, Ana Avoila.

A sindicalista faz um “balanço muito positivo” da greve dos funcionários públicos, notando que se verifica sobretudo, nos setores da Educação e da Saúde.

“Esta média de 75% representa mais ou menos o valor da última greve da Função Pública de Janeiro do último ano. Mas nota-se que na Saúde e na Educação continua a subir“, disse Ana Avoila em conferência de imprensa.

Centenas e centenas de escolas estão fechadas“, informou, precisando que em Beja, Évora e Santarém todos os estabelecimentos de ensino encerraram, enquanto em Sintra e em Vila Franca de Xira quase todas as escolas fecharam.

Ana Avoila acrescentou que ao nível dos serviços da Segurança Social “também há uma boa adesão”, da ordem dos 80%.

Adesão de 100% no Hospital de Gaia

Também os hospitais de Penafiel, Pedro Hispano (Matosinhos), Vila Nova de Gaia, São João e Santo António, no Porto, estão com adesões acima dos 75%, destacando-se o caso de Vila Nova de Gaia onde a adesão é de “100%, não estando, sequer, a ser respeitados os serviços mínimos”, conforme revela Orlando Gonçalves, coordenador dos Sindicatos dos Trabalhadores da Função Pública.

No Hospital de São João, de acordo com o dirigente sindical Mário Sobrinho, a “adesão rondou os 75%”, num impacto que foi “contornado pelo hospital com a mobilidade de alguns funcionários para outros serviços” e pelo facto de “haver gente a trabalhar sem contrato”.

“Estão fechados os blocos de estomatologia, de oftalmologia, de otorrinolaringologia – aqui também não houve consultas – e ainda o bloco de neurocirurgia, enquanto o bloco de torácica encontra-se a 50%”, afirmou à Lusa aquele responsável sindical.

Sindicatos prometem continuar “luta”

A FNSTFPS garante que vai continuar a “luta”, caso o Governo não dê respostas às reivindicações dos trabalhadores, conforme disse o sindicalista Artur Sequeira, numa conferência de imprensa realizada em frente ao Liceu Passos Manuel, em Lisboa.

O dirigente afirmou que “há um grande número de escolas fechadas no Porto”, repetindo-se a mesma situação nos distritos de Aveiro, Coimbra e Viseu.

“No sul temos escolas fechadas nos concelhos de Sintra, Amadora, Loures e que deram um grande sinal de adesão à greve. Temos as escolas todas fechadas na cidade de Beja e esperamos a mesma situação em Faro. Em Santarém há um total encerramento das escolas”, disse.

Para Artur Sequeira, o Governo tem todas as condições para dar passos no sentido de melhorar as condições dos trabalhadores.

“Não parece correto que depois de lutar tanto para derrubar um governo (PSD/PP) que tanto roubou aos trabalhadores, este governo (PS) tenha criado tantas expectativas e não tenha posto as expectativas em prática. Repôs algumas coisas mas é insuficiente e pode fazer muito mais“, acrescentou Artur Sequeira.

Também presente no local, o líder da CGTP, Arménio Carlos, considerou que os valores da adesão estão a fazer da greve uma “jornada memorável”. “O Governo vai ter de tirar ilações desta jornada de luta”, acrescentou.

Convocada pela FNSTFPS – Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública, a greve nacional de hoje foi anunciada no início de abril para reivindicar aumentos salariais, pagamento de horas extraordinárias e as 35 horas de trabalho semanais para todos os funcionários do Estado.

O regime das 35 horas foi reposto em julho de 2016, deixando de fora os funcionários com contrato individual de trabalho, sobretudo os que prestam serviço nos hospitais EPE.

A última greve geral convocada pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais com vista à reposição das 35 horas semanais realizou-se em janeiro do ano passado e teve, segundo a estrutura, uma adesão média entre 70% a 80%, incluindo os hospitais.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Os funcionários públicos com todo o respeito que alguns ainda possam merecer, deveriam, ser bem mais claros e diretos nas suas reivindicações para que todos possamos perceber o que pretendem – TRABALHEM ESCRAVOS DAS EMPRESAS PRIVADAS, PARA QUE POSSAMOS IR DE FIM DE SEMANA ANTECIPADO E ENGORDAR À VOSSA CUSTA.

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