Detido quarto influencer suspeito de violar menor em Loures

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Filipe Amorim / Lusa

Manifestantes participam no protesto “Violação Não se Filma, Condena-se”, em frente à Assembleia da República.

Jovem de 19 anos é suspeito de crimes de violação agravada e pornografia de menores. Ficou proibido de aceder à Internet. Em março, já tinham sido detidos 3 suspeitos dos mesmos crimes.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve o quarto elemento de um grupo de influencers suspeitos de violarem, em fevereiro, uma jovem de 16 anos em Loures e de partilharem as imagens da violação “online”, anunciou este sábado a força policial.

A detenção do último elemento deste grupo decorreu na quarta-feira na margem sul do Tejo. O jovem é suspeito de crimes de violação agravada e pornografia de menores, indicou a PJ em comunicado. O jovem de 19 anos vai ser presente a tribunal para primeiro interrogatório e aplicação das medidas de coação.

Em 24 de março, a PJ já tinha detido os outros três jovens do grupo, com idades entre os 17 e os 19 anos, suspeitos dos mesmos crimes. Na altura, o diretor regional de Lisboa da Polícia Judiciária, João Oliveira, referiu que os três detidos eram influencers com “um público já muito significativo”.

Em março, os três suspeitos foram sujeitos às medidas de coação de apresentações periódicas semanais e proibição de contactos com a vítima. Mas ficaram em liberdade, o que motivou protestos de várias áreas da sociedade civil.

“Violação Não se Filma, Condena-se”, ouviu-se nas ruas, pedindo-se prisão dos influencers de Loures, dias depois de os suspeitos, em liberdade, terem publicado vários vídeos onde falam do caso, um deles, chegando a referir que de facto não eram três, mas “quatro” os intervenientes.

A gente ia ter com ela para acontecer o que ia acontecer, mas chegámos e não tivemos nada com ela. Não lhe tocamos nem nada“, referiu na altura o suspeito, notando que tiveram “nojo”.

A comarca titular do processo defendeu, na altura, que as medidas de coação foram “proporcionais e adequadas” e corresponderam ao pedido pelo Ministério Público.

Os três são suspeitos de 51 crimes de sequestro, violação e pornografia de menores.

A investigação teve origem numa participação do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, no distrito de Lisboa, à Polícia de Segurança Pública, tendo sido ativada a PJ por ter a competência reservada para a investigação destes crimes.

A PJ recordou ainda, na mesma nota, que os crimes terão ocorrido “em zona próxima da residência da vítima, na sequência de um encontro, previamente combinado, entre esta e um dos jovens, seu conhecido”. O encontro terá sido inicialmente consentido, mas converteu-se em violação.

Os suspeitos terão ignorado os apelos da vítima, menor, para que parassem, segundo a narrativa judicial.

“O jovem, de 17 anos, compareceu no encontro acompanhado de amigos, desconhecidos da vítima, que, em contexto grupal, constrangeram a menor a práticas sexuais e filmaram os atos contra a sua vontade, divulgando-os nas redes sociais”, destacou ainda.

De acordo com a PJ, o local foi sujeito a inspeção judiciária, sendo recolhidos vestígios dos crimes pelo Laboratório de Polícia Científica e pela Unidade de Perícia Tecnológica Informática da PJ e a investigação “permitiu a identificação e a detenção de todos os autores”.

Um dos vídeos da violação partilhado por um dos três jovens influencers contra uma menor de 16 anos foi visto 32 mil vezes na rede social onde foi publicado, mas apesar do assustador número, não houve uma única denúncia às autoridades

ZAP // Lusa

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