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Detectado primeiro caso de cancro. Foi há 3200 anos.

BBC

Esqueleto encontrado no Vale do Nilo, no Sudão, analisado pela especialista Michaela Binder

Esqueleto encontrado no Vale do Nilo, no Sudão, analisado pela especialista Michaela Binder

Cientistas encontraram indícios de cancro num esqueleto de um homem que teria entre 25 e 35 anos e que viveu no Egito Antigo há cerca de 3.200 anos.

A nova descoberta, divulgada na publicação Plos One, indica, segundo o repórter de ciência da BBC Pallab Ghosh, que a doença não estaria apenas ligada a factores frequentemente associados ao mundo moderno, como o sedentarismo, o fumo, o stress e a longevidade.

A descoberta foi feita pela estudante de doutoramento Michaela Binder, da Universidade de Durham, num esqueleto por ela encontrado no Vale do Nilo, no Sudão, numa região que teria sido habitada no período do Egipto Antigo.

Binder descobriu que os ossos do esqueleto estavam cheios de buracos.

Através de análises, realizadas em conjunto com cientistas do British Museum, em Londres, Binder descobriu que os buracos indicavam metástases de cancro.

”Fiquei surpreendida ao encontrar este tipo de cancro num indivíduo do Egipto Antigo, de 3.200 anos. Ainda não sabemos muito sobre a história do cancro, tendo apenas sido encontrados poucos indícios de cancro com mais de mil anos”, disse Michaela Binder. Os cientistas acreditam que esta seria a evidência mais antiga de cancro já encontrada.

A investigadora Kat Arney, do centro de pesquisas britânico Cancer Research UK, acredita que, com eventuais análises do DNA do esqueleto, ”poderemos ficar a saber sobre mutações de genes que os habitantes da época apresentavam ou variações de genes, que podem ter feito com que eles ficassem mais susceptíveis a este tipo de doença”.

Isso, acrescenta ela, “poderia lançar alguma luz sobre a evolução da doença, bem como sobre a evolução da espécie humana”.

// BBC

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