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Designer portuguesa usa abelhas para detectar em segundos doenças no hálito

A designer portuguesa Susana Soares desenvolveu um dispositivo, composto por balões de vidro, que permite a detecção de cancro e outras doenças graves com a ajuda de abelhas treinadas.

As abelhas são colocadas numa câmara de vidro em forma de balão, para dentro do qual o doente expira. Quando as abelhas detectam cancro no hálito do doente, voam para dentro de uma segunda câmara de vidro, mais pequena, colocada dentro da primeira.

É um facto conhecido dos cientistas que as abelhas (Apis melifera) têm um extraordinário sentido do cheiro, mais apurado que o famoso faro dos cães. As abelhas conseguem detectar moléculas presentes no ar em concentrações tão baixas quanto 3 partes por milhão.

As abelhas podem assim ser treinadas, usando técnicas pavlovianas (recompensar os animais gratificando-os quando cumprem um determinado objectivo) para identificar o biomarcador específico de uma determinada doença, como os cancros de fígado, pele e pâncreas,  a diabetes ou a tuberculose.

O dispositivo desenvolvido por Susana Soares consiste em duas câmaras de vidro: uma câmara mais pequena, que serve de ‘centro de diagnóstico’, e uma câmara maior com abelhas previamente treinadas. O paciente expira para dentro da câmara mais pequena, e caso as abelhas detectem no ar expirado o biomarcador que foram treinadas para identificar, voam para dentro da câmara.

O design do balões de diagnóstico foi concebido de modo a evitar que as abelhas voem acidentalmente para a câmara de diagnóstico. Uma versão do dispositivo permite a identificação pelas abelhas do odor de feromonas captadas na axila do paciente.

Susana Soares, nascida em Lisboa em 1977, formada na ESAD (Escola Superior de Arte e Design) de Matosinhos e no London Royal College of Art, é professora na South Bank University, de Londres, cidade onde reside.

Com o seu trabalho, Susana Soares tem procurado desenvolver plataformas colaborativas entre o design e as correntes emergentes de investigação científica, e este dispositivo ‘movido a abelhas’ é o mais recente exemplo da sua abordagem inovadora.

Albert Einstein disse um dia que “se as abelhas desaparecessem da Terra, a humanidade acabava em 4 anos”. Além do crucial papel que desempenham na polinização, as abelhas oferecem-nos um sem número de produtos de grande utilidade (mel, geléia real, cera, polén, veneno, entre outros).

Como se não bastasse, as abelhas ainda nos vão dar agora uma ajuda no diagnóstico rápido de doenças graves. Poderão uma designer portuguesa e as suas amigas voadoras revolucionar a medicina como a conhecemos?

AJB, ZAP

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