Devo confiar em influencers para tomar decisões financeiras? Ordem dos Psicólogos Portugueses lança check-list.
Muitas vezes são mais eficazes do que grandes campanhas de publicidade, do que anúncios que andam por todo o lado: os influencers… influenciam. Daí o nome, pois.
Um influencer pode ter uma influência significativa na decisão de compra do consumidor: dá um aspecto de confiança e proximidade, o consumidor conhece aquela pessoa “real” e confia nela; aquele produto ganha uma espécie de validação social – “Se ele/ela usa aquilo, deve ser bom”; também há um factor de credibilidade, alguns influencers são vistos como especialistas na sua área; é ainda um estímulo emocional, são publicadas mensagens que despertam emoções ou desejos.
E as marcas aproveitam. Muitas preferem investir num influencer do que nas formas tradicionais de divulgação. Os influencers ajudam a apresentar marcas e produtos a públicos que talvez nunca os conhecessem de outra forma. São mais eficazes. Divulgam o produto de forma natural e integrada – a ideia de uma mensagem menos intrusiva do que a publicidade tradicional.
Hoje em dia, quase todas as tendências de mercado em termos de consumo têm o “dedo” de influencers. Ainda há poucos dias partilhámos o exemplo de um chocolate que esgotou rapidamente depois de ter sido promovido por vários influenciadores.
Confiar?
Mas deve-se tomar uma decisão de compra, no fundo mexer com o nosso dinheiro, com base no que diz um influencer?
É precisamente esse o ponto da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), no âmbito da semana da formação financeira, que está a decorrer até este domingo.
A check-list chama-se mesmo “Devo confiar em influencers para tomar decisões financeiras?” e tem como prioridade ajudar a reconhecer se está a ser influenciado por informação pouco fiável.
Porque nem todas as recomendações são credíveis ou ajustadas às nossas necessidades, é importante estarmos atentos aos sinais de alerta e refletirmos antes de seguir conselhos financeiros, “especialmente de influencers sem formação adequada”, pode ler-se nesta check-list.
Sinais de alerta
O primeiro é se o influencer dá poucos ou nenhuns detalhes sobre a sua formação ou certificação na área financeira.
O segundo indício de desconfiança é se o influenciador usa linguagem emocional ou promessas como “fica rico rapidamente” ou “não percas esta oportunidade”.
Relacionado com o anterior, desconfie se o influencer promove produtos de alto risco, como criptomoedas ou investimentos muito novos e pouco testados.
Deve ainda desconfiar quando o influencer promove exclusivamente estratégias de investimento “alternativas” e rejeita métodos mais tradicionais – como poupanças ou fundos regulados.
Quinto e último sinal: quando o influencer usa mensagens que fazem parecer que, se não estamos a ter sucesso financeiro, a culpa é exclusivamente nossa, porque não estamos a “esforçar-nos” ou a “arriscar o suficiente”.
Não existem melhores influencers que os anúncios das estações de TV… facilmente absorvidos por mentes fracas.
A existência dos influencers mostra a inteligência dos consumidores