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Descobertos na Austrália vestígios da vida mais antiga em terra

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(dr) Tara Djokic

A formação rochosa Dresser, na região de Pilbara, onde foram encontrados os vestígios

A formação rochosa Dresser, na região de Pilbara, onde foram encontrados os vestígios

Cientistas descobriram na Austrália vestígios da vida mais antiga em terra, com 3,48 mil milhões de anos, em depósitos fossilizados de fontes termais.

Segundo um estudo publicado na revista Nature Communications, os vestígios foram encontrados por uma equipa de investigadores da Universidade de Nova Gales do Sul na formação rochosa Dresser, na região de Pilbara.

Até agora, os vestígios de vida microbiana mais antigos no solo tinham sido detetados na África do Sul e remontavam a entre 2,7 e 2,9 milhões de anos, segundo um comunicado da universidade australiana.

Segundo os autores do estudo, este é o mais antigo vestígio de uma nascente de água quente em terra – mais de 3 mil milhões de anos antes da mais antiga até agora descoberta.

“Encontrar uma destas nascentes ancestrais de água é a mesma coisa que tropeçar na pistola que disparou a vida para a terra — e vê-la ainda a fumegar”, disse ao ABC a doutoranda Tara Djokic, co-autora do estudo.

A descoberta pode significar que a vida em terra surgiu mais cedo do que se pensava e teve origem em fontes termais de água doce, e não em oceanos de água salgada, tendo implicações na procura de vida em Marte, uma vez que o planeta tem depósitos de fontes termais com uma idade semelhante aos da formação rochosa australiana.

(dr) Martin van Kranendonk

A doutoranda Tara Djokic e o professor Martin van Kranendonk, autores da descoberta

A doutoranda Tara Djokic e o professor Martin van Kranendonk, autores da descoberta

A equipa considera que os depósitos de fontes termais foram formados em terra e não no mar, depois de ter identificado a presença de geiseritos – depósitos minerais ricos em silício.

Nos depósitos de fontes termais de Pilbara, os investigadores da Universidade de Nova Gales do Sul encontraram fósseis de estromatólitos – estruturas calcárias formadas pela atividade microbiana – e de bolhas bem preservados.

Em setembro de 2016, um grupo internacional de cientistas descobriu aquele que pode ser o vestígio mais antigo de vida na Terra, com 3,7 mil milhões de anos, em fósseis de estromatólitos de depósitos marinhos na Gronelândia.

ZAP // Lusa

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