Foram mais de 150 dispositivos encontrados numa quinta no estado de Virgínia. Suspeito terá desejado a morte de Kamala Harris e “preparava-se para algo”.
O americano Brad Spafford foi detido numa quinta nos arredores de Norfolk, a 17 de dezembro, com base numa queixa criminal de acusação única de posse ilegal de uma espingarda de cano curto não registada, conta o The New York Times.
Mas quando os investigadores revistaram a sua propriedade com mais de 80 mil metros quadrados, no condado de Isle of Wight, encontraram numa garagem isolada mais de 150 engenhos explosivos — na sua maioria bombas de cano, algumas delas rotuladas como “letais”.
O FBI classificou esta descoberta como a maior de todos os tempos por parte desse departamento de investigação.
Foram também encontradas outras bombas numa mochila que estava dentro do quarto do proprietário. Esa mochila tinha um adesivo com a forma de uma granada de mão e um logótipo que dizia “#NoLivesMatter”, expressão de extrema direita que se tem propagado nas redes sociais em resposta ao movimento “#BlackLivesMatter”.
O movimento promove “ataques dirigidos, assassinatos em massa e atividades criminosas” e tem “historicamente encorajado os seus membros a praticarem a auto-mutilação e o abuso de animais”, de acordo com uma avaliação de ameaças divulgada em agosto pelo Gabinete de Segurança Interna e Preparação de New Jersey.
No entanto, não foram encontradas outras provas de que o Spafford aderisse a esse movimento violento.
O ano passado, um vizinho fez uma denúncia. Spafford teria perdido três dedos da mão direita quando trabalhava na produção de um explosivo caseiro e estava a armazenar armas e munições.
O vizinho também disse aos investigadores que Spafford usava, por vezes, fotos do presidente Biden para praticar tiro ao alvo num campo de tiro local e acreditava que “os assassinatos políticos deveriam ser trazidos de volta”.
Spafford terá dito ao vizinho que ele e os seus amigos estavam a “preparar-se para algo” que ele “não seria capaz de fazer sozinho”.
Após o atentado contra Trump na Pensilvânia, em julho, segundo os documentos do Tribunal, Spafford disse ao seu vizinho que “esperava que o atirador não falhasse a vice-presidente Kamala“.