Descobertas quase 20 mil montanhas submarinas até agora desconhecidas

Woods Hole Oceanographic Institution

O número de montanhas submarinas conhecidas acaba de duplicar. Uma análise de dados de satélites levou à descoberta de cerca de 20.000 montanhas submarinas desconhecidas.

Cerca de 20.000 montanhas anteriormente desconhecidas acabam de ser descobertas num estudo de dados de satélites globais.

A descoberta foi apresentada num artigo publicado na edição de abril da revista Earth and Space Science.

As montanhas submarinas são conhecidas pela sua biodiversidade marinha, já que as suas paredes vulcânicas proporcionam uma vasta gama de habitats. Além disso, induzem a circulação de água rica em nutrientes, distribuindo compostos benéficos, como nitratos e fosfatos, por todo o oceano.

Os métodos tradicionais de descoberta de montanhas submarinas envolvem o uso de sonares para mapear o fundo do oceano. No entanto, este processo é caro e demorado, e apenas cerca de 20% do oceano foi mapeado desta forma.

A equipa de investigadores, liderada por Julie Gevorgian e David Sandwell, da Scripps Institution of Oceanography, recorreu a observações de satélite, que oferecem uma cobertura global dos oceanos, para fazer um “levantamento topográfico” do fundo do mar e identificar elevações submarinas até então desconhecidas.

Segundo a Science News, os investigadores conseguiram determinar a altitude do fundo do mar, identificando saliências à escala de centímetros resultantes da influência gravitacional das montanhas submarinas.

Uma vez que a rocha é mais densa do que a água, a presença de uma montanha submarina altera ligeiramente o campo gravitacional da Terra num dado local, fazendo com que a água se acumule acima da montanha submarina.

Usando este método, a equipa identificou 19.325 montanhas submarinas anteriormente desconhecidas e confirmou a sua existência comparando algumas observações com mapas sonares do fundo do mar.

A maioria das montanhas subaquáticas recém-descobertas são relativamente pequenas, com alturas estimadas entre 700 e 2.500 metros.

No entanto, algumas podem representar riscos para a navegação, uma vez que montanhas submarinas pouco profundas podem estar no campo de ação dos submarinos militares que circulam no oceano.

Em 2021, o submarino nuclear USS Connecticut colidiu com uma montanha submarina não cartografado no Mar da China Meridional.

Apesar de alguns membros da tripulação terem sofrido ferimentos e a estrutura do submarino alguns danos, a instalação de propulsão nuclear não foi atingida e ninguém morreu no acidente.

Em 2005, uma montanha submarina perto de Guam também foi a responsável por uma colisão, quando o USS San Francisco colidiu com ela.

ZAP //

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