Minúscula formiga azul metálica descoberta na Índia

Sahanashree R

Uma equipa de cientistas descobriu uma formiga azul na aldeia de Yingku em Arunachal Pradesh, no nordeste da Índia.

A nova espécie pertence ao genéro Paraparatrechina e foi designada Paraparatrechina neela. A palavra “neela” significa a cor azul na maioria das línguas indianas.

Num novo estudo, publicado recentemente na ZooKeys, os cientistas descobriram que a formiga tem um comprimento total inferior a 2 milímetros e que o seu corpo é predominantemente azul metálico — exceto as antenas, mandíbulas e pernas.

A formiga apresenta cabeça subtriangular, com olhos grandes, e possui uma boca triangular com cinco dentes.

Segundo o Phys.org, a formiga foi encontrada durante uma expedição ao vale de Siang, com o objetivo de reavaliar a sua biodoversidade após a centenária “expedição Abhor“. Esta expedição deparou-se com vários desafios, incluindo terreno hostil, condições climatéricas complicadas e resistência das tribos locais.

A equipa de investigadores embarcou em 2022 numa série de expedições sob o lema “Siang Expedition“, para fazer um novo levantamento e documentar a biodiversidade da região.

Nos insetos, a coloração azul é frequentemente produzida pela disposição de nanoestruturas fotônicas biológicas, que criam cores estruturais em vez de serem causadas por pigmentos.

Embora a coloração azul seja observável em alguns insetos como borboletas, escaravelhos, abelhas e vespas, é relativamente rara nas formigas. Das 16.724 espécies e subespécies de formigas conhecidas em todo o mundo, apenas algumas apresentam coloração azul ou iridescência.

“Projetos de infra-estruturas de grande escala, como barragens, auto-estradas e instalações militares, juntamente com as alterações climáticas, estão a alterar rapidamente o vale”, afirma o autor principal do estudo, Dharma Rajan.

“O impacto estende-se para além do próprio vale, uma vez que estas montanhas desempenham um papel fundamental não só na manutenção dos seus próprios ecossistemas, mas também na garantia do bem-estar de milhões de pessoas que vivem a jusante”, conclui.

A equipa espera que estas ameaças sejam evitadas para que possam encontrar a razão por detrás da coloração única da nova espécie.

Soraia Ferreira, ZAP //

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