Arqueólogos britânicos descobriram uma “Casa dos Mortos” que data de há 5 mil anos e que pode conter os vestígios mortais dos antepassados dos povos que viveram em torno do monumento neolítico de Stonehenge.
A descoberta foi feita por arqueólogos e estudantes da Universidade de Reading, no Reino Unido, num local conhecido como “Cat’s Brain” (ou Cérebro de Gato, em Português) que fica situado entre os monumentos pré-históricos de Stonehenge e de Avebury, no condado de Wiltshire.
Esta “Casa dos Mortos” foi encontrada no meio do campo de um agricultor, durante escavações realizadas no âmbito do projecto final de campo da Escola de Arqueologia da Universidade de Reading (UR).
Os arqueólogos situam este achado há 5000 anos, acreditando que remonta ao início do período Neolítico, altura em que apareceram no Reino Unido “as primeiras comunidades agrícolas e os primeiros construtores de monumentos”, conforme salienta a UR num comunicado no seu site.
O monumento começou por ser detectado através de fotografias aéreas e depois, foi registado por imagens de pesquisa geofísica.
Finalmente, os arqueólogos encontraram um edifício central com duas valas em seu redor, notando que estas podem ter sido feitas para escavar a terra que cobria os mortos.
Agora, “descobrir os restos enterrados dos que podem ser os ancestrais dos que viveram à volta de Stonehenge seria a cereja no bolo de um projecto fantástico”, destaca o Director da Escola de Campo de Arqueologia da UR, Jim Leary, citado na página da Universidade.
Jim Leary destaca a “fantástica oportunidade” de poder estudar “com as mais recentes técnicas e tecnologias” um monumento intacto como este.
Acredita-se que pode conter vestígios humanos datados de perto de 3600 antes de Cristo, o que leva a co-directora da Escola de Campo de Arqueologia da UR, Amanda Clarke, a falar numa “descoberta incrível de um dos primeiros monumentos britânicos” e que “oferece um vislumbre raro sobre este importante período da História”.
“Estamos a colocar o pé dentro de um edifício significativo que permaneceu esquecido e escondido durante milhares de anos”, acrescenta Amanda Clarke citada pela UR.
As escavações continuam na tentativa de recolher ossos, artefactos e outros evidências que possam ser analisadas.
No próximo sábado, 15 de Julho, o projecto abre as portas à comunidade para permitir a qualquer pessoa “ver a pré-história a ser desenterrada”, conforme realça Jim Leary.