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Já conhecemos a “demissão silenciosa”. Chegou a vez da “prosperidade silenciosa”

tec_estromberg / Flickr

A “prosperidade silenciosa” promete os benefícios da “demissão silenciosa” sem desmotivar completamente os trabalhadores.

O fenómeno da “demissão silenciosa” já é conhecido — e está a ganhar popularidade. Há cada vez mais trabalhadores a abandonar a cultura do trabalho excessivo e fazer o mínimo que lhes é pedido, sem mais nem menos.

De acordo com uma sondagem da Gallup de Setembro, mais de metade dos trabalhadores norte-americanos são demissionários silenciosos. Se há patrões preocupados com o efeito que esta tendência tem na produtividade das empresas, os seus defensores argumentam que o fenómeno nasceu como resposta a uma cultura empresarial que repetidamente infringe o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

Mas há agora uma alternativa que promete proteger a saúde mental dos trabalhadores e permitir que as pessoas se sintam realizadas no trabalho — a “prosperidade silenciosa”.

“A prosperidade silenciosa envolve encontrar formas ou passos e medidas para se envolver no seu trabalho. O trabalho pode ser esgotante e causar fadiga mental e emocional. Às vezes podemos sentir que não estamos a desfrutar tanto ou que a pressão nos rouba da alegria que o nosso emprego traz. Encontrar mecanismos que nos permitam reconectar com o emprego é aquilo em que a “‘prosperidade silenciosa’ assenta”, explica a psicóloga Kamna Chhibber ao portal HealthShots.

Como podemos então entrar nesta onda? Uma dica é fazer pequenas pausas entre tarefas que nos permitam relaxar e desligar um pouco. “Tenha um bloco de desenho na sua mesa e rabisque, ouça música energizante ou — se estiver em casa — brinque com o seu cão. Programe pausas no seu calendário e misture-as no dia-a-dia”, sugere a psicoterapeuta Lesley Alderman no The Washington Post.

Criar laços mais estreitos com os colegas é outra sugestão. As pesquisas sugerem que os trabalhadores que têm amigos no emprego inovam mais, sentem-se mais envolvidos e divertem-se mais.

Defender uma causa também pode ajudar, seja ela mudar o sistema das reuniões, flexibilizar os horários, etc. “As pessoas tendem a sentir-se melhor quando agem. Encontre algo que seja importante para si e converse com o seu gerente de maneira amigável e colaborativa sobre como fazer uma mudança”, refere Alderman.

“Construir” um novo trabalho e moldá-lo às nossas necessidades é uma dica importante. “Considere como gostaria de moldar e estruturar a sua função. Converse com os seus gerentes sobre o mesmo para que possa começar a moldar as suas ações na mesma direcção, o que torna o trabalho mais gratificante”, propõe Chhibber.

Definir uma lista de intenções — intenções, não objectivos — é outro passo importante. Se falhar o cumprimento de uma meta nos pode fazer sentir mal e desmotivados, criar intenções é uma forma mais fácil de não nos deixarmos absorver em demasiado pelo trabalho.

“Por exemplo, pode dizer a si mesmo na segunda-feira de manhã ‘Não vou deixar que o trabalho me stresse. Quando começar a sentir a adrenalina, vou respirar fundo três vezes e andar um pouco”, aconselha Alderman.

No seguimento desta dica, surge a necessidade de se marcar limites claros entre a vida profissional e a vida pessoal. “Estar extremamente ocupado foi glorificado na vida corporativa e 28% dos funcionários nos Estados Unidos dizem que se sentem esgotados no trabalho com frequência ou sempre. Se trabalha remotamente, estabeleça um horário fixo para si mesmo. No final da jornada de trabalho, atire uma toalha sobre o computador e desligue o telemóvel”, remata Alderman.

Adriana Peixoto, ZAP //

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