Cientistas descobriram uma antiga colónia de pinguins-de-adélia, no Cabo Irizar, na Antártida, graças ao degelo na região.
De acordo com o site IFLScience, alguns dos restos mortais estavam tão bem preservados que deixaram a equipa responsável pela descoberta confusa, visto não haver registos de uma colónia de pinguins no Cabo Irizar desde que os primeiros exploradores chegaram ao Mar de Ross no início dos anos 1900.
Por isso, os investigadores recolheram algumas amostras para fazer uma datação por radiocarbono. As análises revelaram que este lugar na Antártida já acolheu pinguins em pelo menos três ocasiões, tendo a última terminado há cerca de 800 anos. É possível que essa ocupação tenha chegado ao fim como resultado do aumento da queda de neve, já que, nessa altura, estava a começar a chamada Pequena Idade do Gelo.
Os restos mortais agora encontrados foram provavelmente enterrados pela neve e mantiveram-se preservados em condições notáveis devido ao clima da região, até serem postos a descoberto, novamente, devido ao recente degelo.
“No geral, a nossa amostragem recuperou uma mistura de restos de pinguins antigos e aquilo que parecem ser restos de pinguins recentes, o que implica múltiplos períodos de ocupação e abandono neste local ao longo de milhares de anos. Em todos estes anos que tenho feito investigação na Antártida, nunca vi um sítio como este”, declarou, em comunicado, Steven Emslie, investigador do Departamento de Biologia e Biologia Marinha da Universidade de North Carolina Wilmington, nos Estados Unidos, e autor do estudo publicado, a 18 de setembro, na revista científica Geology.